Os 464 iranianos morreram durante um dos rituais do Hajj Foto: AFP
Os primeiros corpos dos 464 peregrinos iranianos mortos no pisoteamento ocorrido na cidade saudita de Mina, perto de Meca, em 24 de setembro, chegaram neste sábado a Teerã, onde será realizada uma cerimônia fúnbre na presença do presidente Hasan Rohani.
A repatriação dos 104 corpos, que levou vários dias, foi finalmente possível graças a um acordo com as autoridades sauditas em um contexto de tensão entre Teerã e Riad.
Rohani, membros de seu governo e autoridades políticas e militares foram ao aeroporto para receber os féretros.
Os 464 iranianos morreram durante um dos rituais do Hajj, a a peregrinação anual, em um movimento de pânico da multidão na cidade de Mina, que deixou mais de 700 mortos.
O drama da peregrinação a Meca, que fez desta edição dos rituais Hajj a mais mortífera nos últimos 25 anos, envenena ainda mais as relações já muito deterioradas entre a República Islâmica xiita do Irã e o reino sunita da Arábia Saudita.
Na quarta-feira, o guia supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, reclamou da demora da repatriação dos corpos dos iranianos e afirmou que o "governo iraniano não cumpre com seu dever no que diz respeito à repatriação dos corpos" e ameaçou com uma "reação dura" caso o problema não fosse solucionado.
O Irã já havia responsabilizado as autoridades sauditas pela tragédia ocorrida durante a peregrinação.