Estupro e machismo nem sempre caminham lado a lado, dizem especialistas

https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2016/09/28/normal/b8aa82783cb4f2669921895dd38ab5e8.jpg Foto: JC

Você atingiu o limite de conteúdos que pode acessar.

Estupro e machismo nem sempre caminham lado a lado, dizem especialistas

Wladmir Paulino
Publicado em 29/09/2016 às 9:09
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2016/09/28/normal/b8aa82783cb4f2669921895dd38ab5e8.jpg Foto: JC


Psiquiatras afirmam que roupa não influencia estupro.Foto: Fotos Públicas.

"A sociedade precisa entender a violência sexual como parte de um contexto maior. Preocupa como as escolas estão educando para o futuro, o SUS que não tem um suporte avançado As vítimas de estupro. Muitas passam horas para fazer um depoimento, são humilhadas no exame sexológico. Quantos delegados não foram substituídos em casos de estupro?". Samuel põe a Justiça na conta, que permite a uma pessoa sair da prisão depois de cumpridos seis anos de uma pena de 30. Essa permissividade cria uma aura de impunidade e a bola de neve está formada. A violência - em diversas manifestações - aumenta e a sociedade não tem a quem recorrer. "O estupro está num contexto em que a violência está cada vez mais próxima do nosso dia a dia. Houve um estupro aqui no Recife em plena luz do dia. A violência está crescendo por falta de uma política apropriada".

 

MANIFESTAÇÕES

Embora o perfil tradicional do estuprador esteja atrelado aos desvios psicopáticos e sociopáticos, existem outras formas de alguém cometer esse crime sem que apresente tais transtornos. O primeiro deles é o uso de drogas, que, em muitos casos torna-se um agravante na hora de um julgamento. Da mesma forma acontece com o uso de medicamentos para tratar a disfunção erétil. O popular Viagra. "Muitos agressores precisam estar sob estímulo de algum entorpecente ou até usar alguma substância como a sildenafila (o princípio ativo do Viagra). Isso é pouco falado, mas no início o Viagra era liberado apenas sob retenção de receita. Hoje não mais e isso precisa ser repensado", diz.

José Brasileiro aponta outro tipo de perfil do criminoso como não sendo uma pessoa portadora de uma personalidade psicopática. Esquizofrênicos ou pessoas com retardo mental cometem esse crime por não terem o discernimento de controlar os impulsos sexuais. "Para essas pessoas falta a compreensão do que está fazendo. Ele quer apenas satisfazer o impulso naquele momento. O estuprador psicopata não, ele não tem interferência nessa capacidade. Sabe que aquilo é um crime".

O segundo tipo avaliado por Brasileiro é o do homem que estupra diante de uma situação específica em que determinados traços como egoísmo e narcisismo afloram com muita força. "Em determinado momento ele fica mais exacerbado e é movido pelo desejo." Mas é sempre bom lembrar que isso não serve como atenuante. É estupro do mesmo jeito.

últimas
Mais Lidas
Webstory