Na periferia do Recife, mulheres sentem ainda mais medo da violência

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Na periferia do Recife, mulheres sentem ainda mais medo da violência

Priscila Miranda
Publicado em 14/09/2016 às 11:31
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Dinorá evita sair na rua sozinhaFoto: Priscila Miranda/NE10

“Só faço caminhadas na rua com a companhia do meu filho”

Dinorá Neves, 50 anos, mora no Alto do Mandu em uma rua considerada “calma” para os padrões do bairro. “Depois de duas ruas daqui, eu nem frequento porque sei que tem muito assalto de moto”, diz. Costuma fazer exercícios físicos pela manhã e, durante as caminhadas diárias, por volta das 5h30, ela precisa da companhia do irmão. “Só vou com meu filho, que é professor de educação física. Se ele não estiver, espero dar umas 6h15 para poder caminhar sozinha”, explica. Ela afirma que nunca sofreu nenhum tipo de violência, mas conhece inúmeros casos que a deixam muito assustada. “Minha nora sofreu um assalto no Parnamirim recentemente. Estava com o carro parado no sinal e um homem a abordou na moto e levou o celular dela”, diz.

Paloma anda com atenção nas ruas com a filha Luana

Paloma anda com atenção nas ruas com a filha LuanaFoto: Priscila Miranda/NE10

“Um homem abusou de uma mulher na rua porque ela não tinha celular para ele roubar”

A estudante Paloma Souza levou um susto ao ser abordada pela reportagem no Alto do Mandu. Estava acompanhada da filha Luana, de 7 anos, e contou que se sente bastante amedrontada ao andar na rua, algo que ela não pode deixar de fazer. “Saio com medo e volto com medo. Minha rotina é o dia inteiro fora de casa, saio às 6h e só volto às 23h30 da aula da faculdade, de ônibus. Já aconteceu assalto na parada em que eu pego ônibus”, comenta. Ela relembra que, há cerca de um mês, uma mulher sofreu violência sexual após uma tentativa de assalto próximo à casa dela. “O homem estava de moto e pediu o celular dela. Como ela não tinha, ele mandou ela tirar a roupa e ficou mexendo nela”, diz.

Através de nota enviada pela assessoria de comunicação, a Polícia Militar de Pernambuco informou que "no que compete a Corporação, através dos batalhões e companhias operacionais, intensificou o policiamento ostensivo nas localidades onde foram registradas as ocorrências de estupro. Com a entrega pelo Governo de Pernambuco das 100 novas viaturas para a PM, o policiamento motorizado foi reforçado aumentando o patrulhamento na RMR", informa a nota.

VEJA OS NÚMEROS DE TELEFONES PARA DENUNCIAR O AGRESSOR E BUSCAR AJUDA:

» Centro de Referência Clarice Lispector: (81) 3355-3008 / 3009 / 3010

» Centro de Referência da Mulher Maristela Just: (81) 3468-2485

» Centro de Referência da Mulher Márcia Dangremon: 0800.281-2008

» Centro de Referência Maria Purcina Siqueira Souto de Atendimento à Mulher: (81) 3524-9107

» Centro de Referência Dona Amarina: (81) 3551-2505

» Serviço de Apoio à Mulher Wilma Lessa - Telefone: (81) 3184.1740

» Central de Atendimento Cidadã Pernambucana: 0800-281-8187

» Central de Atendimento à Mulher do Governo Federal: 180

» Polícia: 190 (se a violência estiver ocorrendo)

» Disque-denúncia: 180 (pode ser usado também por familiares e vizinhos)

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