O Circuito da Poesia é frequentemente visitado por turistas e recifenses todos os dias no coração da cidade. Rua da Aurora, Bom Jesus, Ponte Maurício de Nassau e Praça Maciel Pinheiro são só alguns pontos do circuito onde poetas como Manuel Bandeira, Ascenso Ferreira e Clarice Lispector dão o ar da graça.
O problema é que, quando se deparam com eles, as informações nas placas simplesmente não existem mais, com exceção da estátua de Mario Mota, localizada na Praça do Sebo próximo à Avenida Guararapes. No local, uma folha colada no lugar da placa pelo Mangue Cultural informa os visitantes sobre o poeta.
Entre as estátuas em pior estado, a de Ascenso Ferreira, figura pertencente a primeira geração do modernismo, foi pichada por vândalos. Ao se deparar com o monumento, a reportagem ouviu Leda, advogada e turista catarinense, que não sabia quem era a figura representada em frente ao Paço Alfândega. “É muito triste se deparar com isso, pois é uma falta de respeito com as pessoas ilustres da cidade”, disse a turista.
De acordo com a Empresa Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb), em 2015 foram investidos R$ 115 mil no processo de restauração do circuito. Ainda segundo a empresa, uma nova restauração está planejada para o segundo semestre deste ano. O órgão acrescenta que investe anualmente cerca de R$ 2 milhões com reparos nos monumentos que são alvo dos vândalos.
IMPORTÂNCIA CULTURAL- A estátua de cada poeta que figura nos bairros do Centro do Recife são de grande importância para a continuação da poesia no encantamento do povo recifense. Segundo o professor do Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Lourival Holanda, a poesia é um “antídoto para o tédio” e tem sua importância como parte da cultura de um lugar. “A poesia é a cultura que permite ver além do imediato. Um verso de Bandeira exige mais do leito, por exemplo, pois a prosa é como alguém que anda e a poesia é um passo de dança”, filosofa o professor.