Gino César só utilizava máquina de datilografiaFoto: Hélia Scheppa/Acervo JC Imagem
Para apuração e leitura das matérias, Gino nunca usou computador. Não se incomodava de redigir tudo em uma máquina de datilografar. Mesmo com a escassez no mercado, conseguia comprar as fitas em livrarias. Confiava na máquina que já conhecia.
A forma "cantada" como narrava os crimes de homicídio era reconhecida pelos ouvintes. Uma vítima que levou "saraivada de balas" e "tombou em via pública", suspeitos que fugiram "em desabalada carreira" e "Atenção"
[faça o download] - este seguido de uma música de suspense - eram alguns dos chavões característicos do locutor. "Criei um estilo para ficar diferente de todo mundo. Hoje as pessoas procuram imitar o que eu faço", revelou, em entrevista ao
Jornal do Commercio.
Muito simpático, era conhecido por seus chapéus, uma marca registrada. Tinha centenas deles. "Estava apurando informações em uma delegacia quando um dos agentes colocou um chapéu na minha cabeça. Saí de lá direto para a rádio. Quando cheguei ao estúdio, percebi que todos olhavam para mim. Acabei gostando da situação e passei a usar o chapéu dia e noite. Com o tempo, o chapéu ficou velho e deixei de usá-lo. Na primeira delegacia em que visitei, o delegado olhou para mim e disse: 'Bandeira Dois sem chapéu, não pode'. No outro dia, ele tinha deixado um bonito chapéu dentro de uma caixa para mim", contou.
Gino era solteiro e deixa três filhos (um homem e duas mulheres) e três netos. Certa vez, foi questionado sobre se tem ideia do que representa para a história do rádio. "É o que dizem", retrucou modestamente, entre risadas.
Veja o vídeo de entrevista do
JC com Gino César, em setembro de 2014: