Assalto em velório, tráfico e vandalismo no Cemitério do Pacheco

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Assalto em velório, tráfico e vandalismo no Cemitério do Pacheco

Mariana Dantas
Publicado em 22/04/2015 às 16:55
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Localizado no Alto do Morro do Pacheco, o cemitério fica em uma rua sem saída (Rua Alto do São Pedro, s/n°), ao lado de um terreno baldio com vegetação alta, que facilita a entrada de invasores. Apesar do endereço constar como Jaboatão, a administração é de responsabilidade da Prefeitura do Recife, através da Empresa de Limpeza Manutenção Urbana do Recife (Emlurb). A reportagem visitou o local na última quinta-feira (16) e pôde constatar que apesar de estar em funcionamento, onde são realizados de quatro a seis sepultamentos ao dia, o cemitério parece esquecido pelo poder público.

Além da vegetação alta (que prejudica a visibilidade dos túmulos e facilita a ação de vândalos), o cemitério possui vários jazigos quebrados, com restos mortais à mostra, cacos de vidro e garrafas de cerveja pelo chão. “São os traficantes que sujam. Eles chegam quando escurece para consumir drogas e traficar. Ficam ‘doidos’ e quebram tudo. Não respeitam nem os mortos. Todo dia é isso”, afirma uma moradora da área há mais de 30 anos, que preferiu não se identificar com medo de represália.

- Mariana Dantas/NE10
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Segundo a moradora, os traficantes costumam chegar ao local após as 18h e não encontram dificuldade para pular o muro. O cemitério, que possui cerca de três mil covas, é vigiado apenas por um vigilante durante o dia e dois à noite. “Quando os traficantes chegam, os vigilantes se trancam na sala da administração. Sentem medo, assim como todos nós que moramos e frequentamos o cemitério”, desabafa. Em relação aos assaltos a velórios, ela disse que são praticados por criminosos de outras comunidades. “Os traficantes são daqui do Pacheco, mas quem comete os assaltos são gangues rivais das comunidades próximas como Pantanal e Dois Carneiros”, explica. Antes do dia 1º de abril, o último assalto teria ocorrido em dezembro do ano passado.

O administrador do local, Carlos Barbosa, reconheceu que o cemitério é inseguro para funcionários e visitantes, no entanto, preferiu não comentar a ação de traficantes no local. O horário de funcionamento é das 8h às 17h, mas Carlos Barbosa só autoriza sepultamentos até as 16h para liberar os funcionários antes de escurecer. Sobre o mato alto, Carlos explicou que a capinação é realizada por uma equipe da Emlurb e que deve ser realizada nesta semana. “Choveu muito nos últimos dias, por isso o mato cresceu tanto”, justificou.

Mato prejudica a visibilidade dos túmulos e facilita a ação de vândalos

Segundo o tenente, os traficantes que atuam no local contam com o apoio de “olheiros” que dificultam a ação da PM, principalmente para flagrantes.  “Como o cemitério está em uma parte alta, eles (olheiros) conseguem avistar os policiais de longe. É por isso que iniciamos uma operação de investigação”, explicou. Outra dificuldade apontada pelo policial é a recusa de moradores e funcionários do cemitério em fornecer informações. “A população é intimidade pelos traficantes e prefere não falar. A polícia vem trabalhando para convencer sobre a garantia do anonimato e da importância de colaborar com a polícia, mas é difícil”, disse.

Para ajudar nos flagrantes, o 6º Batalhão da PM disponibiliza aos moradores os telefones dos policiais das viaturas que realizam ronda na área, são eles: (81) 8494.3245 / 8494. 3246 / 8494.3250 e 8494.3036. Já o telefone da sede do 6º Batalhão é (81) 3183.1650. Denúncias também podem ser feitas através do 190.
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