Arquiteto propõe revolução no sistema viário do Recife; conheça as ideias


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Arquiteto propõe revolução no sistema viário do Recife; conheça as ideias

Mariana Dantas
Publicado em 18/11/2014 às 8:00


Para Barros, as linhas do metrô foram ''construídas nos lugares errados''Foto: Diego Nigro/JC Imagem

Na opinião de César Barros, que já foi presidente da Empresa de Urbanização do Recife de 2002 a 2006, as duas linhas de metrô (Centro e Sul) que cortam o Recife e transportam diariamente cerca de 400 mil passageiros foram “construídas nos lugares errados”. “Por pragmatismo dos gestores públicos, que quiseram aproveitar uma linha férrea já existente, o Recife tem hoje um transporte de metrô que compete com o corredor de ônibus; os modais não se complementam”, afirma. Segundo ele, os trilhos deveriam ser relocados para a as avenidas Agamenon Magalhães (ligando Jaboatão dos Guararapes a Igarassu – Sul e Norte da RMR) e Caxangá (ligando o Marco Zero a São Lourenço –Leste e Oeste da RMR). “No mundo inteiro, as linhas de metrô ou VLT são construídas nos eixos longitudinal e transversal da cidade (Norte/Sul e Leste/Oeste). Aqui, seria na Agamenon e na Caxangá”, afirmou.
 
De acordo com a proposta, os trilhos e vagões seriam reaproveitados e adaptados para funcionar como VLT em vez do metrô, transitando no mesmo plano dos outros modais. Na Avenida Agamenon Magalhães, o corredor do VLT seria implantado ao lado da calçada. A proposta também defende a redução da largura das faixas destinadas aos automóveis para abrir espaço para as bicicletas e o transporte público.
 

Proposta para a Avenida Conde da Boa Vista

Questionado se os VLTs conseguiriam absorver a demanda do metrô, já que possuem uma menor capacidade, Barros garante que sim. "Acredito até que mais pessoas passariam a utilizar o veículo sobre trilhos. Além disso, ao contrário do metrô, cujos muros segregam a cidade, o VLT possui uma velocidade menor e pode conviver com outros modais, respeitando a sinalização”.
 
O arquiteto defende que a qualidade de transporte não pode ser avaliada em tempo e, sim, em conforto e previsibilidade. “Se o cidadão caminha em uma calçada acessível e arborizada, tem a certeza de que seu ônibus vai chegar no horário previsto e sabe o tempo gasto na viagem, ele não estará preocupado com velocidade. Por que eu prefiro pedalar do Centro do Recife até Jaboatão do que ir de ônibus? Porque sei que o tempo gasto de bicicleta será de uma hora. Isso é previsibilidade. Já de ônibus, a viagem pode durar 40 minutos, uma hora ou até duas horas”, argumenta Barros.
 
Já os ônibus e BRTs que hoje circulam na Caxangá e Conde da Boa Vista seriam relocados para as vias radiais e perimetrais [confira no gráfico abaixo]. “O trânsito nas avenidas Conde da Boa Vista e Caxangá é uma loucura, são mais de 80 linhas diferentes em uma mesma via. Os ônibus acabam disputando espaços com os BRTs, fazendo ultrapassagens proibidas”.
 
 



Para complementar o transporte, seriam ofertados micro-ônibus nas regiões cortadas pelas radiais e perimetrais. “Os pedestres andariam no máximo 200 metros para pegar o ônibus. Seria um transporte complementar para alimentar o sistema”.
 
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