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Faça login ou cadastre-seOs impactos da crise levaram a indústria do aço a adiar investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões Foto: Agência Brasil
O presidente-executivo do Instituto Aço Brasil atribuiu, em parte, a estagnação da economia e seus reflexos sobre o setor do aço à crise política vivida no país durante boa parte do ano passado: “E eu não estou dizendo que este ou aquele governo é melhor ou pior. Mas o fato é que a crise política vivida até o impeachment levou a uma paralisia do país – até porque a prioridade passou a ser a política".
"Se você olhar bem, verá que todos os segmentos da economia praticamente estão trabalhando com um grau de ociosidade elevadíssimo. Isso acontece porque o mercado interno desapareceu por conta dos fatores conjunturais, principalmente, mas também em decorrência de fatores estruturais”.
Para Mello, as perspectivas para o setor, ao menos no curto prazo, não são boas. “As medidas que foram tomadas pelo governo são insuficientes. Tá, os juros caíram e essa é uma tendência fundamentalmente importante, mas no patamar atual em que eles estão, na melhor das hipóteses - com quedas de 0,75%, 0,50% [na taxa selic] –, você precisaria aí de no mínimo seis, sete meses para se chegar a um patamar razoável para fazer a economia voltar a crescer”.
Na avaliação do executivo, os programas que poderiam levar ao reaquecimento do mercado interno, principalmente os de infraestruturas, ligados à pasta do ministro Moreira Franco, secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, precisam de pelo menos dois a três anos para se estruturarem e apresentarem resultados.
“Então no momento, segmentos como o do aço e, por extensão, o automotivo, o químico continuam vivendo uma situação em que a sua capacidade instalada não está sendo utilizada adequadamente”.
Na avaliação do presidente do Instituto Aço Brasil, a saída para a crise econômica, agravada pela retração do mercado consumidor interno, passa necessariamente pela decisão do governo de incentivar as exportações e dar-lhes competitividade para brigar no mercado externo.
Para isso, no entanto, ele entende que são necessárias decisões que desonerem o setor, dando-lhe competitividade, e que eliminem assimetrias que atrapalham atualmente o setor.
“A saída que nós estamos enxergando são as exportações. Mas cada segmento tem um grau de dificuldade maior, e o do aço é o mais drástico de todos, porque nós temos no mundo um excedente de capacidade de oferta da ordem 780 milhões de toneladas – e a capacidade brasileira é de 50 milhões. Então, a dificuldade na exportação do aço é maior do que em outras setores”, disse Mello.
“É por isso que nós precisamos no mínimo eliminar as assimetrias competitivas - e a principal delas é o resíduo tributário que se tem hoje na exportação por conta do nosso sistema tributário".