Tendência é um produto da recessão vivida pelo Brasil há dois anos Foto: Valdecir Galor/SMCS
Com o aumento na taxa de desemprego no mercado formal, o número de atividades realizadas sem a carteira assinada cresceu no Brasil. É o que aponta o levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE).
Os números mostram que entre o primeiro e segundo trimestre de 2016 foram cortadas 226 mil vagas de emprego formal e 259 mil pessoas deixaram de trabalhar por conta própria. Já no mercado informal, houve um aumento de 668 mil postos no mesmo período.
Essa tendência contribui para o atraso da retomada da economia brasileira, que enfrenta uma recessão desde 2014. O rendimento do trabalho informal é, em média, 40% menor que o com o carteira assinada, o que reduz o poder de compra das famílias, um dos principais motores da economia nacional. Além dos salários mais baixos, os trabalhadores que atuam desta maneira não possuem garantias como seguro-desemprego e férias remuneradas.
Segundo especialistas, esse comportamento deve voltar ao que era antes quando o Brasil se reerguer da crise que enfrenta, já que, segundo eles, a migração para o trabalho informal é um produto da crise que enfrentamos.