Saiba como evitar dívidas e negociar débitos acumulados

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Saiba como evitar dívidas e negociar débitos acumulados

MARÍLIA BANHOLZER
Publicado em 08/04/2016 às 19:59
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Com todas as dívidas anotadas será possível ter uma noção exata de quanto é o valor devedor, dos juros e da parcela que caberá no orçamento mensal - NE10
Entrar em contato com a empresa credora é o primeiro passo. Se não for possível fazer isso pessoalmente, recorra às centrais telefônicas de negociação - NE10
O mutirões de negociações de dívidas são uma boa oportunidade de descontos maiores, já que as empresas convocam os devedores em massa para quitações - NE10
Para o credor, é mais interessante receber o dinheiro de imediato do que parcelar a dívida e correr o risco do não pagamento novamente - NE10
Se o desconto no pagamento à vista for grande, o consumidor pode tomar um empréstimo com juros menores para realizá-lo - NE10
As empresas não são obrigadas a conceder crédito ao consumidor. Elas costumam avaliar se há risco de não pagamento do crédito solicitado - NE10
Serviços virtuais, como o “Limpa Nome” do Serasa Experian, oferecem a opção de negociações com o credor pela internet - NE10
Se você for procurado com ameaças de que perderá bens é preciso ficar alerta. Olhe o contrato e procure se informar sobre juros e taxas abusivas - NE10
Se surgirem dúvidas no processo de negociação das dívidas, procure os órgãos de defesa do consumidor, como os Procons, para esclarecer as questões - NE10
Apenas 35% do orçamento pode ser comprometido com o pagamento de dívidas parceladas. Mudança de padrão de vida é uma das saídas para evitar débitos - NE10

Para a economista doméstica Laurileide Barbosa, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), o grande vilão das contas dos brasileiros é o salário mínimo defasado. "De acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo deveria ser em torno dos R$ 3.700 para pagar pelas necessidades básicas, mas não é o que temos hoje. Está muito longe, na verdade, com um mínimo de R$ 880", ressaltou Laurileide, que também é doutora em orçamento familiar.

Depois de entrar no grupo dos endividados, a pessoa precisa identificar qual é o motivo para isso e buscar uma redução no padrão de vidaLaurileide Barbosa, economista doméstica
Além disso, a especialista aponta que a falta de educação financeira desde criança, nas escolas, por exemplo, faz com que os indivíduos não conheçam o que está por trás dos juros, financiamentos, empréstimos e tantas outras transações feitas com frequência pela população em geral. "As pessoas não sabem se é melhor um consignado, um empréstimo na financeira ou entrar no cheque especial. Não conhecem os juros sobre juros e acabam entrando numa bola de neve", comentou a professora Laurileide Barbosa.


PRINCIPAIS MOTIVOS PARA INADIMPLÊNCIA DO BRASILEIRO

Desemprego26%
Descontrole financeiro17%
Empréstimo em nome de terceiros7%
Despesas extras com educação, saúde ou outros7%
Fraude 5%
Alta dos preços (inflação)5%
Diminuição da renda familiar e/ou pessoal5%
Atraso no recebimento de salário/aposentadoria3%
Dados: Serasa Experian

A falta de consciência sobre como poupar dinheiro também é vista por ela como um dos pontos fracos das finanças dos brasileiros, junto com a necessidade de seguir padrões de consumo impostos pela sociedade. "As pessoas não têm o costume de poupar nem que sejam R$ 50 por mês e não sabem quanto isso poderia render em poucos anos. Além disso, a população costuma ceder às propagandas e facilidades de crédito oferecidas pelo Governo para ter um padrão de vida que não podem arcar, com celulares de última geração, carros de alto nível, roupas e muito mais", decretou a especialista.

» FATORES QUE TORNAM PESSOAS PROPENSAS AO ENVIDIDAMENTO

- Falta de planejamento e de organização das finanças pessoais;
- Situações inesperadas, como doença na família, separação ou desemprego;
- Emprestar o nome ou ser fiador de familiares e pessoas conhecidas;
- Compulsão por comprar: é um distúrbio psicológico e, como tal, precisa ser tratado;
- Crédito fácil: a taxa de juros é calculada em função do risco da instituição financeira não receber o dinheiro de volta. Quanto mais simples de contratar, mais caro vai ficar;
- Limite de crédito elevado para o consumidor de baixa renda ou que já tem boa parte do salário comprometido com outros empréstimos;
- Aumento de limite do cheque especial para cobrir encargos gerados pela falta de pagamento;

Dieese estima que salário mínimo do brasileiro deveria ser de R$ 3.725,01, em vez de R$ 880
Mas a culpa do endividamento da população não é apenas do indivíduo, segundo Laurileide Barbosa. Na opinião dela, a falta de qualidade nos serviços públicos como saúde, educação, transporte, entre outros, faz com que o brasileiro busque alternativas na rede privada, diminuindo ainda mais o poder de compra das famílias. "Abrimos mão dos nossos direitos quando não usamos o que o serviço público pode nos oferecer. Muito disso é por causa de uma cultura de buscar o que é particular, mas existem, sim, escolas e unidades de saúde de qualidade que acabamos não usando."
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