Que motivos fazem as mulheres viverem mais que os homens?

https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/10/10/normal/13f96f5020989908c1ce1b5692504d8b.jpg Foto: JC

Você atingiu o limite de conteúdos que pode acessar.

Que motivos fazem as mulheres viverem mais que os homens?

Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 10/10/2015 às 16:23
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/10/10/normal/13f96f5020989908c1ce1b5692504d8b.jpg Foto: JC


Hábitos como fumo e consumo de álcool podem influenciar na expectativa de vida Foto: Getty Images



A diferença na longevidade também pode ser uma questão de tamanho. As pessoas mais altas têm mais células em seu corpo, o que significa que elas têm mais chances de desenvolver mutações prejudiciais. Corpos maiores também consomem mais energia, provocando um desgaste maior dos tecidos. E, como os homens costumam ser maiores que as mulheres, eles poderiam enfrentar mais danos a longo prazo.

Mas talvez o verdadeiro motivo seja a testosterona, que determina a maioria das outras características masculinas, como a voz mais grossa, a presença maior de pelos e a calvície.

As evidências para isso vêm de um lugar inusitado: a Corte Imperial da Dinastia Chosun, da Coreia. O cientista coreano Han-Nam Park recentemente analisou os registros detalhados da vida na corte no século 19, incluindo 81 eunucos cujos testículos foram retirados antes da puberdade.

A análise revelou que os eunucos viviam até aproximadamente 70 anos, enquanto os demais homens da corte tinham uma vida média de 50 anos. De maneira geral, os eunucos tinham 130 mais chances de chegar aos 100 anos do que os homens comuns que viviam na Coreia naquela época, inclusive os reis.

Apesar de nem todos os estudos com outros eunucos terem mostrado uma diferença tão acentuada na longevidade, de maneira geral homens e animais sem testículos vivem mais.

Ainda não se sabe o exato motivo para isso, mas segundo David Gem, da University College Londres, o dano pode ocorrer no final da puberdade. Ele aponta para os tristes casos de pacientes em manicômios americanos no início do século 20. Muitos eram castrados forçadamente como parte de seu "tratamento". Assim como os eunucos coreanos, esses homens viviam bem mais do que os demais internados se tivessem sido esterilizados antes dos 15 anos.

A testosterona pode tornar o corpo mais forte, no curto prazo, mas essas mesmas mudanças deixam os homens propensos a doenças do coração, infecções e câncer no fim da vida. "O hormônio pode aumentar a produção de fluido seminal hoje, mas promove o câncer de próstata a longo prazo; ou altera a função cardiovascular para melhorar o desempenho físico no início da vida, mas leva à hipertensão e à arteriosclerose", diz Gem.

'ELIXIR DA JUVENTUDE' - As mulheres não só escapam dos riscos da testosterona como também podem se beneficiar de seu próprio "elixir da juventude", que ajuda a compensar alguns dos estragos provocados pelo tempo. O hormônio sexual estrogênio é um "antioxidante", o que significa que ele neutraliza substâncias tóxicas que estressam as células.

Em experimentos com animais, as fêmeas cujos ovários foram retirados não vivem tanto quanto àquelas que continuaram produzindo o estrogênio naturalmente.

Kirkwood e Gem acreditam que isso é uma vantagem evolutiva que deu a homens e mulheres as melhores chances de passar seus genes adiante.

Durante o acasalamento, as mulheres teriam mais tendência a procurar o "macho alfa", mais definido pela testosterona. "Mas, uma vez que os filhos nascem, o bem-estar da cria está intimamente ligado ao bem-estar da figura materna. Ou seja, é muito mais importante para os filhos que a mãe esteja em forma do que o pai", diz Kirkwood.

Isso pode não ser um grande consolo para os homens de hoje. Os cientistas admitem que é preciso continuar procurando por uma resposta definitiva. Mas a esperança é que, um dia, o conhecimento possa trazer algumas pistas para ajudar todos nós a vivermos um pouco mais.

últimas
Mais Lidas
Webstory