Pesquisadores apontam que tempestades fortes podem agora atingir a costa nordeste dos EUA nos próximos 25 anos Foto: AFP
A cidade de Nova York enfrenta um risco cada vez maior de sofrer grandes inundações - do porte das provocadas pelo furacão Sandy, em 2012 - já que a frequência destas tempestades aumentou consideravelmente sob efeito do aquecimento global, segundo especialistas norte-americanos.
Estes pesquisadores determinaram que tempestades excepcionalmente fortes podem agora atingir a costa nordeste dos Estados Unidos pelos próximos 25 anos, contra uma a cada 500 anos antes da era industrial.
Em questão? O aquecimento global e o aumento das temperaturas provocados pelas emissões de gases de efeito estufa ligados às atividades humanas, segundo estudo publicado na última terça-feira nos anais da Academia Norte-americana de Ciências (PNAS).
Estudando especialmente sedimentos marinhos, os pesquisadores reconstituíram digitalmente as condições climáticas assim como a frequência e o poder das tempestades e furacões tropicais que se formaram no Atlântico norte durante um milênio, até 1800, antes do início da industrialização.
Depois, eles compararam estes resultados às tempestades registradas nesta zona entre 1970 e 2005.
A conclusão: o aumento do nível da água durante uma inundação estava em média 1,24 metros mais alto entre 1970 e 2005, do que entre 850 e 1800.
O nível dos oceanos "aumentou em razão do aquecimento global" que esquenta as águas e provoca o derretimento das calotas polares e dos gelos das montanhas, afirmou o climatólogo Michael Mann, da Penn State University.
"O aquecimento parece também provocar tempestades tropicais de maior amplitude e intensidade", acrescentou.
O furacão Sandy devastou em outubro de 2012 a costa noroeste dos Estados Unidos, provocando inundações catastróficas e deixando 200 mortos, dentre os quais mais de 40 em Nova York.
O nível dos oceanos aumentou 19 centímetros entre 1901 e 2010, segundo uma projeção do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). O nível ainda deve aumentar entre 26 e 82 centímetros de hoje até 2100 com relação ao final do século XX, avalia o IPCC.