Presos comandam Alcaçuz há 7 dias

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Presos comandam Alcaçuz há 7 dias

Rafael Barbosa e Marco Antônio Carvalho
Publicado em 21/01/2017 às 9:55
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Desde o sábado passado, os batalhões de Choque e de Operações Especiais (Bope) entraram na cadeia mais de três vezesFoto: Andressa Anholete/AFP

O major Wellington Camilo, comandante do policiamento das guaritas, havia citado a pouca luminosidade no momento inicial da rebelião para justificar a falta de ação policial no interior da cadeia logo no primeiro dia. O dia amanheceu e a corporação interveio, o que permitiu a contagem inicial de 26 mortos. De lá para cá, porém, apesar de confirmar novos mortos no conflito da quinta-feira, a administração não estima quantos são. Fazer essa nova contagem pressupõe, segundo o comando da PM, entrar novamente e controlar, ainda que momentaneamente, a unidade, o que não aconteceu.

Questionado sobre a forma de atuação no presídio e o prazo para retomada da unidade, o governo disse que essas informações são restritas "porque envolvem a estratégia do setor de inteligência e por questões de segurança". O Estado afirma que a prioridade agora ainda é evitar fugas em massa e para isso mantém com ocupação total as dez guaritas do presídio. É de lá que costumam partir as intervenções mais efetivas da administração, com os disparos de armamento não letal, visando a impedir os avanços das facções no território para eventual retomada de conflito.

À noite, em entrevista, Robinson Faria admitiu que a solução seria "acabar com Alcaçuz". "Hoje tem de ser um novo presídio, até porque aquilo foi construído em cima de uma duna, foi um equívoco da época." Ele ressaltou que apenas com a conclusão de dois presídios estaduais e de uma nova cadeia com verba federal se poderá "apagar a história maldita de Alcaçuz". O Rio Grande do Norte tem 7,4 mil presos em regime fechado ou semiaberto e acumula um déficit de 3,5 mil vagas.

Só a transferência de detentos do SDC de Alcaçuz detonou uma série de ataques no Estado desde quarta-feira. "Encontramos mensagens nos celulares de suspeitos presos com as ordens para o ataque. Em Parelhas (no interior), o pedido era para que o CDP (Centro de Detenção Provisória) e a delegacia móvel da cidade fossem atingidos", disse o delegado-geral adjunto, Correia Júnior.

Greve

Como uma tentativa de solução para a crise, o governador ainda anunciou a convocação de 700 agentes temporários e de policiais da reserva. No entanto, o anúncio repercutiu negativamente entre agentes. O sindicato que representa a categoria enviou nota informando que entrará em greve por tempo indeterminado a partir de quarta-feira, caso o governo não retroceda. Os agentes alegam usurpação da função pública. "Essa greve é imprópria", rebateu Robinson Faria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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