Foto: AFP
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Os ânimos começaram a se acalmar depois da transferência de cinco detentos do pavilhão 5, na tarde dessa segunda-feira (16), identificados como líderes do PCC e suspeitos de terem encabeçado a rebelião. Integrantes dessa facção subiram aos telhados da penitenciária para anunciar o fim da rebelião e se comunicarem com familiares com gritos e gesticulações. As cenas foram observadas por policiais militares das guaritas e da Força Nacional, que faz a segurança externa da unidade, conforme apurou o Tribuna do Norte. Mais cedo, no mesmo dia, membros da facção rival Sindicato do Crime do RN hastearam bandeiras no pavilhão 1 cujos dizeres pediam a transferência do PCC e avisavam que "queriam paz", mas que "não iriam fugir da guerra".
Ainda nesta terça-feira, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, Expedito Ferreira, afirmou que acionará juízes, representantes do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Ordem dos Advogados do Brasil para definir esquema estabelecido pela presidente do STF, Cármen Lúcia, para agilizar a finalização dos processos dos presos provisórios.
Como ocorreu
A rebelião teve início por volta das 16h30 do último sábado (14) quando detentos do pavilhão 5, membros da facção Primeiro Comando da Capital invadiram o pavilhão 4, dominados por integrantes do Sindicato do Crime do RN, onde ocorreram a maioria das mortes. A maioria dos corpos foi decapitada. As duas facções disputam espaço dentro dos presídios e também nas ruas potiguares pelo controle do tráfico de drogas, comércio de armas e outras crimes.
Tentando escapar da investida, os detentos do pavilhão 4 se refugiaram em outros pavilhões e ocuparam o teto do presídio. O tumulto fez com que os agentes penitenciários recuassem e os muros foram reforçados com homens da Força Nacional e da PM. Um grupo de presos autodenomiados como "A Massa" deu apoio aos identificados como PCC e o Sindicato do Crime do RN chegou a revidar.
No início da madrugada do domingo (15), as forças de segurança tentavam manter as faccões separadas atirando e utilizando bombas de efeito moral. Ao amanhecer, as tropas se prepararam para entrar no presídio e reestabelecer o controle com ações de separação e revista dos detentos, que não reagiram. Além dos 26 mortos, outros 18 presos ficaram feridos.
As vítimas começaram a ser removidas de Alcaçuz na noite do domingo (15). Na tarde dessa segunda-feira, o Instituto Técnico-Científico de Perícia (Itep) começou o processo de identificação das vítimas e deu previsão de 30 dias para a liberação do último corpo, devidoao estado em que se encontram.