Rebelião

RN: Preso é esfaqueado e outro amarrado em pavilhão do presídio Alcaçuz

Renata Dorta
Renata Dorta
Publicado em 17/03/2015 às 14:13
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Presos impedem que homem ferido receba cuidados médicos  / Foto: Júnior Santos/ Tribuna do Norte

Presos impedem que homem ferido receba cuidados médicos Foto: Júnior Santos/ Tribuna do Norte

O clima no presídio de Alcaçuz continua tenso. Na manhã desta terça-feira (17), um dos presos que estão no pavilhão 3 foi esfaqueado por outro detento. Ainda não se sabe da gravidade do fato, mas os detentos impedem a saída do preso ferido. O autor das cutiladas foi amarrado pelos demais apenados. Uma comissão de advogados conversa com os detentos para saber das reivindicações.

Com o pavilhão 4 interditado e desocupado desde a semana passada, quando houve outra rebelião em Alcaçuz, os presos que estavam custodiados no local foram relocados para a ala de adaptação, a conhecida "chapa". Já os que estavam anteriormente no setor foram para centros de detenção provisória espalhados pelo estado. Com isso, somente as obras de recuperação do pavilhão 4 já tiveram início.

Nos pavilhões 1, 2 e 3, os presos estão 'soltos' devido à destruição das celas e não há a previsão sobre quando os pavilhões serão reformados. Os advogados criminalistas que foram solicitados pelos próprios presos para intermediar as negociações com o Governo do Estado já conversaram com os detentos do pavilhão 1 e, em seguida, vão ouvir os presos do pavilhão 3. Os detentos do presídio Rogério Coutinho Madruga, o chamado pavilhão 5 de Alcaçuz, também apresentaram as reivindicações aos advogados.

Dentro do presídio, ainda não há a presença do BPChoque e do grupo especial dos agentes penitenciários. O único fato grave foi com relação ao estado de saúde de um detento que se envolveu em briga com outro e terminou esfaqueado. Os demais presos condenaram a ação e amarraram o autor das cutiladas. Até o momento, no entanto, não há a confirmação sobre o estado de saúde do preso que foi ferido.

PRESÍDIOS
- Série de rebeliões que ocorrem desde a semana passada nos presídios do Rio Grande do Norte levou o governo do Estado a decretar situação de calamidade do sistema prisional. A medida será publicada no Diário Oficial desta terça. Os tumultos atingiram seis unidades prisionais do estado e levaram à exoneração do secretário Estadual de Justiça e Cidadania do Rio Grande do Norte Zaidem Heronildes da Silva Filho. Na noite desta segunda-feira, quatro ônibus foram incendiados e as empresas dos coletivos recolheram os veículos, temendo mais ataques. A Secretaria Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed) apura se os ataques têm relação com as rebeliões.

O governo solicitou auxílio da Força Nacional e do Departamento Penitencário Nacional.  Medidas de emergência serão adotadas como forma de restabelecer a normalidade do sistema prisional. Uma força-tarefa foi criada para adotar e executar medidas urgentes, como construção, restauração das unidades parcialmente destruídas, reformas, adequações e ampliações com objetivo de criação de novas vagas.

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