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Ataques em Paris: Brasileiro teve pulmão atingido mas não terá sequelas, diz médico

Rafael Paranhos da Silva
Rafael Paranhos da Silva
Publicado em 14/11/2015 às 16:15
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Segundo a equipe médica, o arquiteto passou por duas cirurgias, uma no pulmão e outra na tíbia / Foto: Reprodução

Segundo a equipe médica, o arquiteto passou por duas cirurgias, uma no pulmão e outra na tíbia Foto: Reprodução

O brasileiro Gabriel Sepe Camargo, baleado durante os ataques em Paris, teve um pulmão atingido mas passa bem e não terá sequelas, de acordo com um dos médicos que o atendeu.

Segundo a equipe médica do hospital Bichat, o arquiteto passou por duas cirurgias, uma no pulmão e outra na tíbia. Ele não corre risco de morrer.

Camargo estava com um grupo de amigos no restaurante Le Petit Cambodge, nas proximidades do canal Saint-Martin, quando o recinto foi alvejado por vários tiros. Doze pessoas morreram no local.

Não está claro quantos tiros teriam atingido Camargo. O médico Sebastien Tanaka disse à BBC Brasil que ele deve ficar alguns dias na unidade de tratamento intensivo e depois será transferido para o departamento torácico do hospital.

O brasileiro teve parte do pulmão direito afetada mas, segundos o médico, isso não terá consequências em sua saúde no futuro.

Um dos amigos que estava com ele no restaurante conversou com Camargo nesta tarde e disse que ele está bem, falando normalmente, e que se lembra do atentado ontem.

A cônsul-geral do Brasil na França, Maria Edileuza Fontenele Reis, havia anunciado esta manhã que o brasileiro não corria trisco de vida.

Camargo e os amigos estavam em Paris para participar de um evento de arquitetura. Outra brasileira integrante do grupo também foi atingida - ela passa bem.

Testemunhas que estavam no restaurante Le Petit Cambodge disseram à imprensa francesa que cerca de 20 a 30 tiros foram disparados contra o local, provavelmente com armas automáticas.

A capital parisiense foi alvo de uma série de ataques na noite desta sexta-feira. Pelo menos 127 pessoas morreram e outras 180 ficaram feridas - 99 em estado grave.

O grupo autodenominado 'Estado Islâmico' reivindicou autoria dos ataques. Em comunicado, eles afirmaram que o ataque foi uma resposta a ações da França em seu território.

O presidente da França, François Hollande, disse que o ataque foi um "ato de guerra" e prometeu uma guerra "impiedosa" contra terroristas.

ESTUDANTE - A brasileira Camila Issa, 29, foi atingida por estilhaços de sete disparos durantes os ataques no restaurante Le Petit Cambodge, em Paris, nessa sexta-feira (13). Ela foi socorrida por uma ambulância e foi submetida a uma cirurgia durante a madrugada no hospital Pitié Salpêtrière, no leste de Paris.

Em relato à Folha de S.Paulo, o irmão de Camila, Gabriel Issa, disse ter conversado com ela por volta das 14h30 deste sábado, 14, e que ela passa bem, apesar da voz fraca.

Camila Issa é formada em psicologia pela PUC-SP e cursa o segundo ano de mestrado na Univerisade Paris Diderot - Paris 7.

Segundo Gabriel, Camila acabara de chegar ao restaurante, acompanhada do arquiteto Gabriel Sepe, que também foi atingido.

A mãe de Camila, Victória Mendes Gonçalves, 58, está a caminho do aeroporto e viaja ainda neste sábado a Paris.
A família da psicóloga vive em São Paulo e tem ascendência árabe -eles são cristãos ortodoxos. "Estamos evitando falar muita coisa porque os avós dela são idosos, estão em choque, mas ela está fora de qualquer risco", disse o primo Leonardo Kulaif.

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