Jean Maia trabalha há 5 anos no IMLFoto: Thiago Vieira/NE10
Essa tranquilidade em conviver com corpos sem vida e famílias enlutadas é partilhada pela grande maioria dos que estão no ambiente. No quarteirão paralelo, na esquina, fica o Instituto de Medicina Legal (IML) que atua diretamente com os funerários. Jean Maia, maqueiro de 34 anos, também revela uma grande intensidade no trabalho e um pouco de incômodo por parte da família.
"Meu marido não gosta muito. Ele entende, mas às vezes fica incomodado por não estar comigo nessas datas especiais. Para mim é mais tranquilo", disse Jean, casado há 5 anos.
Contrariando a imagem de um lugar triste e pacato, as pessoas que vivem nas imediações do cemitério, lidando com o sofrimento e o fim da vida, vivem uma rotina de amizade e muita descontração.
A quem visita, sempre por motivos delicados e indesejáveis, a morte pode significar o fim. Aos que ali vivem e trabalham, a morte é o grande meio de vida. Talvez por isso seja encarado de forma tão natural. Até mesmo no Réveillon.