Você leu {{ signinwall.data.visits }} de {{ signinwall.data.limit }} notícias.
Possui cadastro? Faça login aqui
{{ signinwall.metadata.blocked_text }}
Você atingiu o limite de conteúdos que pode acessar.
Para acessar o conteúdo, faça seu login abaixo:
Faça login ou cadastre-seRecife poderá ter um avanço do marFoto: Alexandre Gondim/JC Imagem
Como está levemente acima do nível do mar - entre três e quatro metros -, Recife será uma das cidades mais vulneráveis. "A situação topográfica e geográfica trará consequências mais graves para os recifenses", diagnostica Araújo.
As condições climáticas extremas também deverão acontecer com mais frequência. A superfície do planeta teve um aumento médio de temperatura de 0,85º C nos últimos 100 anos. Parece pouco, mas é o suficiente para modificar a relação das populações com o ambiente e causar transtornos. Os 13 dos últimos 1?5? anos mais quentes já registrados na história? da humanidade? aconteceram no século 21. ?Não à toa, uma das discussões da COP21 é limitar o aumento da temperatura da Terra em 2 graus Celsius até 2100 tendo como base os níveis anteriores à Revolução Industrial. Seguindo a tendência atual, o aumento será de 4 graus, aponta estudo elaborado pelo Met Office.
??TEMPESTADES COTIDIANAS - O aquecimento global deve trazer para o cotidiano do Grande Recife temporais como os vistos em 2010, sobretudo na região da Zona da Mata. Adentrando o Estado, a previsão é de uma intensificação das secas, com aumento de áreas desertificadas. "O efeito estufa deve dar origem a uma frequência maior de eventos extremo?s?, como chuvas torrenciais", diz o professor Araújo. "A área mais afetada se concentra entre o Rio Grande do Norte e o norte da Bahia. Ou seja, Recife está bem no meio desses eventos".
Outra consequência do aquecimento será o aumento da desertificação em Pernambuco. O tamanho da área afetada caminha para os 75 mil km², quase a distância entre Recife e Caruaru. A região já desertificada hoje é de 11.254 km², com o núcleo central localizado em Cabrobó, no Sertão. Para o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco Ernande Pereira da Silva, algumas mudanças podem ser empreendidas para mudar esse cenário, como a preservação das matas ciliares (localizadas ao longo dos rios e reservatórios) e o manejo correto da agricultura para lidar com a baixa fertilidade do solo. A UFRPE desenvolve um estudo sobre o plantio em áreas desertificadas, com previsão de ficar pronto em meados de 2016.
Esses eventos extremos trazem com eles tragédias correlatas, como enchentes e destruição de áreas produtoras de alimento. As mudanças climáticas também devem provocar mais escassez de água fresca. Ainda ?que seja ?difícil associar eventos?? isolados?, como tempestades e secas ?ao aquecimento global, o professor Araújo lembra que é necessário empreender todos os esforços necessários para reduzir os danos causados pelo efeito estufa. "O Brasil fez bem em propor uma meta ousada, mas é necessário enveredar todos os esforços para ?torná-la realidade", disse.