Natal é época de... quitar os débitos com o 13º

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Natal é época de... quitar os débitos com o 13º

Mariana Dantas
Publicado em 23/11/2015 às 14:30
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Em vez de peru de Natal e presentes na árvore, grande parte dos 84 milhões de trabalhadores brasileiros que receberão o 13º salário este ano devem usar o dinheiro para pagar dívidas. Pelo menos é o que aconselham os economistas, já que o endividamento das famílias cresceu bastante nos últimos meses. 

“Considerando o atual cenário econômico, com a inflação próxima dos 10% e o aumento desemprego, o trabalhador deve ter uma postura mais conservadora em relação aos gastos. Deve priorizar o pagamento de dívidas, principalmente as do cartão de crédito e do cheque especial”, afirma o economista Fábio Silva, membro do Conselho Regional de Economia de Pernambuco. 

Os juros do cartão de credito atingiram, no último mês de outubro, o maior nível desde 1996. De acordo com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), o percentual é de 368,27% ao ano. Em seguida, vem o cheque especial, com 226,39% ao ano. “Caso o dinheiro do 13º não seja suficiente para quitar a dívida do cartão de crédito, por exemplo, uma opção é fazer um empréstimo consignado. Apesar de as taxas do consignado terem aumentado recentemente, ainda são bem menores do que os juros do cartão”, explica Fábio Silva.

Segundo pesquisa da Anefac, boa parte dos R$ 173 bilhões que serão injetados na economia do País com o pagamento do 13º deve mesmo ser utilizado para quitar dívidas. Das 1.037 pessoas entrevistadas, 74% usarão o dinheiro para pagar débitos. Em 2014, foram 68% . Os recifenses estão entre os mais endividados (confira no quadro abaixo).



Com três mensalidades do colégio da filha em atraso, uma conta de água vencida e juros do cartão de crédito a pagar, o consultor de suporte técnico Carlos Leandro Batista, 28 anos, já sabe o que fazer com o dinheiro. “80% do meu 13º estão comprometidos com as dívidas. O ano está muito difícil, tudo está bem mais caro. Antes conseguia poupar algum dinheiro e hoje sofro para pagar as contas. Não sei onde vamos parar”, disse Carlos Leandro, que mora em São Lourenço da Mata, em Camaragibe, no Grande Recife.

A percepção de Carlos Leandro de que o dinheiro “encurtou” é explicada pela desvalorização da moeda brasileira. “Com o aumento da inflação, o dinheiro perde poder de compra. Se a pessoa tinha R$ 100 no início do ano, atualmente, esse valor corresponde a R$ 90,91”, explica o analista financeiro e professor da Faculdade dos Guararapes (FG), Roberto Ferreira. Ele lembra que, além de pagar dívidas, o trabalhador deve poupar dinheiro para as despesas do início do ano, como pagamento de IPTU, IPVA e compra de material escolar.

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