Respeito

Saiba como cultivar e disseminar a tolerância no dia a dia

Marina Padilha
Marina Padilha
Publicado em 16/11/2015 às 16:10
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É preciso aceitar a diversidade, as diferentes opiniões e modos de agir / Arte: Bruno de Carvalho/NE10

É preciso aceitar a diversidade, as diferentes opiniões e modos de agir Arte: Bruno de Carvalho/NE10

Com os olhos focados em grandes casos como os atentados terroristas em Paris, na última sexta (13), é comum que deixemos de observar a intolerância nossa de cada dia. Assim, passam despercebidas a repressão contra novos motoristas no trânsito ou a incompreensão com os filhos quando ainda estão na fase de autodescobrimento, por exemplo.

Tolerar é respeitar o que é diferente. Aspectos que vão do tom de voz, passando pela linguagem, até crenças e sexualidade. É aceitar que existem os mais diversos pontos de vista e atitudes e que, por serem contrários aos nossos, não precisam nos ameaçar ou agredir.

"A tolerância nos leva a respeitar diferenças culturais, modos de vida e expressões na nossa própria humanidade. É uma condição necessária para a paz e o progresso de todas as pessoas, neste mundo cada vez mais conectado", descreve Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, em mensagem enviada pelo Dia Internacional da Tolerância, comemorado nesta segunda-feira (16).

Aceitar a diversidade não é fácil, mas necessário. O primeiro passo para chegar a esta libertação de padrões que tornam uma pessoa intolerante, é sair da zona de conforto e conhecer diferentes realidades. "Na vida a gente tolera até remédio ruim. É preciso envolvimento, paciência e afeto. Existe tolerância quando a gente consegue se colocar no lugar do outro e respeitar a individualidade de cada um", explica a psicóloga Cláudia Queiroz.

Como formar pessoas mais tolerantes?
Educar é difícil e só mesmo quem é pai ou mãe sabe quanto. Requer dedicação e, principalmente, afeto para criar um ambiente de estabilidade psicológica para os filhos. E é também de responsabilidade dos pais o primeiro dos muitos estágios da constante busca pelo "tolerar".

"É preciso criar um laço afetivo com os filhos, um caminho aberto para a conversa. Sabe-se que na adolescência, por exemplo, os jovens tendem a se rebelar, mas os pais não podem se omitir. Devem acompanhar a formação e focar no respeito aos outros", conta Cláudia Queiroz.

O ideal é que os pais mostrem nas pequenas atitudes da rotina como os filhos podem lidar com as divergências. "Procurei mostrar aos meus filhos, em palavras e ações, que não existem pessoas melhores ou piores, que existem pessoas diferentes. E que ser diferente faz parte da natureza humana. Que cada pessoa é única e especial e deve ser tratada com respeito e amor", conta a pedagoga Auxiliadora Soares.

Como eu posso me tornar mais tolerante?

Escolha lugar calmo e silencioso para meditar

Escolha lugar calmo e silencioso para meditarFoto: FreeImage

Além dos exercícios diários de evitar conflitos e respeitar a opinião e as ações do próximo, você pode tornar-se mais calmo e aberto a diferentes pontos de vista com dicas simples. Já ouviu falar na meditação? Essa prática budista é caracterizada por uma intensa concentração da mente.

"A gente trabalha a capacidade de se manter presente na situação e de acolher o que acontece do jeito que chega até nós, não do jeito que gostaríamos que fosse. É como se ver em um espelho, sem distorção", explica Vinicius Paes Barreto, facilitador de grupos de meditação no Centro de Estudos Budistas Bodisatva (CEBB) no Recife.

E pode ficar tranquilo: você não precisa ir muito longe, nem de dinheiro ou de um "mat", que é aquele tapete utilizado para a Yoga, para poder meditar. Basta encontrar um lugar calmo e silencioso e sentar-se, seja em uma cadeira ou no chão, com a postura ereta para abrir mais os pulmões. A partir daí, nada de controlar a respiração, apenas observá-la e desligar a mente.

"Não tem um tempo específico de duração para o exercício. Recomendamos que você só pare depois que estiver se sentindo bem. Pode levar dez minutos ou até trinta. Quando você vai adquirindo mais prática, pode até conseguir trabalhar a mente por cinco minutos ou no carro, enquanto está parado no trânsito", explica Vinicius.

Quem preferir contar com um apoio de iniciação na hora de meditar, pode checar os horários do CEBB, que conta com atividades por toda a capital pernambucana, em bairros como o da Boa Vista, na área central da cidade, nos Aflitos, na Zona Norte, ou em Boa Viagem, na Zona Sul. Mais informações podem ser adquiridas através do e-mail [email protected].

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