O Ramal da Agamenon Magalhães foi um dos projetos que surgiram nos últimos anos Foto: Divulgação
Em uma via por onde cerca de 97 mil carros passam diariamente, muitas são as ideias e propostas para desafogar o trânsito. E não é de hoje que a Avenida Agamenon Magalhães é alvo destes projetos. O fato em comum entre eles, no entanto, é não terem saído do papel.
Idealizado em 2009, o projeto do urbanista Jaime Lerner previa a construção de uma via exclusiva para BRT (Bus Rapid Transit) na Agamenon, passando por cima do canal central. A proposta foi adaptada e substituída dois anos depois pelo Governo do Estado. A nova ideia incluía a construção de quatro elevados ao longo da Avenida, com a faixa exclusiva passando ao lado do canal, e não mais em cima.
Devido às críticas recebidas pelo projeto por parte da população, a proposta dos elevados recuou. Foi aí que surgiu a terceira alternativa: o ramal da Agamenon Magalhães, corredor exclusivo de BRT que será implantado na avenida para transportar 73 mil passageiros diariamente, quando e se sair do papel. O ramal terá 4,7 quilômetros, começando no Shopping Tacaruna e seguindo até o Terminal integrado Joana Bezerra, com nove estações e uma passarela de pedestres.
De acordo com a Secretaria das Cidades (Secid), houve a contratação de empresa para implantação do Ramal, mas a empresa não teve interesse em continuar com o projeto. Desta forma, a Secid esclarece que o Ramal está em avaliação dentro do plano de prioridades do governo.
Para o engenheiro civil com especialização na área de mobilidade Leonardo Meira, os projetos devem ser pensados sempre priorizando as pessoas, e não os automóveis. "Tanto a questão dos elevados, quanto a da cobertura do canal foram levantadas, mas não são viáveis", explica.
Leonardo MeiraFoto: Mayra Cavalcanti/NE10
Sobre a Faixa Azul, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) diz que não descarta a criação, mas que não há um projeto executivo sobre isto para a via. A CTTU também informa que realizará análises técnicas para averiguar a viabilidade de implantar a faixa na via.
Leonardo completa que, aliado às obras viárias, seria preciso também um melhoramento urbanístico e paisagístico do local. "Não dá para ter curto prazo quando o assunto é mobilidade. É necessário criar a faixa exclusiva e também um programa integrado de paisagismo e de melhoria das calçadas. Tornar a Agamenon um lugar agradável para se transitar", comenta. E, você, o que acha que pode ser feito na via? Comente esta matéria dando sugestões.