São Paulo

Bandidos ficaram dias com casal de namorados antes de matá-los

Publicado em 11/11/2003 às 15:50
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O Instituto Médico Legal (IML) informou nesta terça-feira que a adolescente Liana Friedenbach, de 16 anos, foi assassinada no domingo passado, mais de uma semana depois de ter chegado ao local escolhido para acampar com o namorado, Felipe Silva Caffé, de 19 anos. O laudo do IML demonstra ainda que Felipe morreu na quinta-feira, dia 6, e não no sábado, dia 1º de novembro, como a polícia chegou a suspeitar. O casal ficou desaparecido por dez dias, até a localização dos corpos, ocorrida nesta segunda-feira.

O diretor do IML, Jorge Jarjura, informou que Felipe foi morto por um tiro na nuca e Liana com mais de 15 facadas. Segundo ele, não dá para dizer se os jovens foram assassinados por uma ou mais de uma pessoa. Os namorados foram enterrados na tarde desta terça-feira. Liana, no Hospital Israelita do Butantã, e Felipe, no cemitério das Campinas.

O delegado titular de Embu-Guaçu, José Marques, afirmou também nesta terça-feira que o menor que assassinou o casal tem traços de psicopatia e desequilíbrio mental. Segundo ele, o rapaz disse que inicialmente pensava apenas em roubar, depois Liana teria dito que sua família tinha dinheiro e ele pensou em seqüestrá-la, mas acabou decidindo matá-la.

- Ele disse que deu algo na cabeça dele. Vontade de matar e ele matou - contou o delegado.

Apesar da prisão do menor que confessou os crimes, as investigações prosseguem. A polícia tenta encontrar os dois comparsas do menor e ainda tem dúvidas se foi ele mesmo quem matou os namorados. O adolescente disse que um dos comparsas tem apelido de "Pernambuco" e que a idéia inicial, depois de matarem Felipe, era pedir resgate por Liana, o que acabou não sendo feito. 

O corpo de Felipe foi jogado de um penhasco e encontrado com um tiro na nuca em um córrego a cerca de 3 quilômetros do sítio abandonado onde o casal acampou, escondido das famílias. No fim da noite de segunda, o corpo de Liana foi encontrado esfaqueado a dois quilômetros de onde foi achado o corpo do namorado.  

O sumiço dos dois foi descoberto pelo pai de Liana no domingo à noite. A barraca foi achada intacta em um caramanchão, com as roupas dos estudantes, a carteira e o telefone celular de Liana, além de todos os mantimentos que foram comprados em um mercado em Embu-Guaçu.

Equipes do Comando de Operações Especiais (COE) da Polícia Militar, especializadas em busca na selva, começaram na segunda-feira a vasculhar toda região, localizada em uma área de difícil acesso e de mata atlântica fechada. Mais de 200 homens procuraram os jovens, e as buscas foram encerradas na sexta-feira após não ter sido encontrado nenhum vestígio
ou pista nas trilhas da região.

O sítio abandonado é de propriedade de Manoel Espírito Santo, conhecido como Lé, que abandonou o local há um ano e meio após sofrer uma tentativa de homicídio por supostos bandidos de carros, que utilizam a região para desmanche.

A pista para encontrar os corpos surgiu por um mateiro da região, que se interessou pelo caso e telefonou para o pai de Liana. O mateiro encontrou um sitiante do bairro Belvedere (local do acampamento), que indicou o nome do menor envolvido no assassinato de Felipe. De posse da informação, policiais foram ouvir nesta segunda o sitiante e chegaram até o rapaz.

Um irmão do menor preso, que estava na delegacia de Embu-Guaçu, disse que o acusado trabalhava como caseiro em uma chácara próxima ao sítio abandonado há menos de um ano. O menor teria substituído o pai, que ficou doente e não pôde mais trabalhar na chácara. Moradores da região afirmaram que o menor preso é conhecido no bairro por pequenos roubos, e que seria colaborador de quadrilhas de desmanche de carros que atuam na região.

Fonte: Globo OnLine

 

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