Perspectiva

País pode crescer 4,5%, diz Serra

Publicado em 11/03/2002 às 8:24
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O presidenciável tucano José Serra (PSDB) fez campanha eleitoral para um grupo de banqueiros, formado na maioria por estrangeiros, e prometeu, em seu discurso, alcançar um crescimento anual para o país de 4,5% até 2006, caso seja eleito. O evento, promovido pelo Citibank, ocorreu na noite de domingo em um hotel de Fortaleza, cidade que abriga encontro do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

Além da meta de crescimento, Serra afirmou que será possível chegar a uma inflação anual de 2,5% ao ano, como nos países desenvolvidos, e a uma taxa de juros anual de 6%, até a metade da década. "Vamos unir crescimento econômico e justiça social." Esse foi o slogan usado pelo tucano.

O discurso tinha como objetivo tranquilizar os investidores de que o governo brasileiro terá uma continuidade, mas, ao mesmo tempo, mudanças, como definiu o próprio Serra após sua fala.

Além da reforma fiscal, considerada pelo tucano como fundamental para se chegar a esses números, outra prioridade é o crescimento das vendas para o mercado externo. "A conquista dos mercados externos exigirá uma nova mentalidade a ponto de tornar-se uma verdadeira obsessão."

Pelo menos 60% da platéia de banqueiros - estavam presentes cerca de cem pessoas- teve de usar fones de ouvido para ouvir a tradução simultânea da fala de Serra, que preferiu falar em português. O seu currículo, porém, foi lido anteriormente em inglês.

"Só vim falar sobre economia para um público que gosta do tema", explicou o presidenciável.
Serra aproveitou para criticar os "frequentes abusos protecionistas", ao referir-se à medida tomada pelos EUA sobre o aço. "O Brasil está pagando o preço porque tem uma indústria mais competitiva que os EUA", disse.

Ele chegou a criticar a crise energética vivida no ano passado pelo país chamando-a de "gargalo", mas destacou os esforços que já estão sendo feitos para multiplicar a oferta de energia.

Ele chegou a Fortaleza no mesmo vôo do presidente Fernando Henrique Cardoso e assistiu à palestra de FHC sobre democracia na América do Sul, com a presença de Alejandro Toledo (Peru) e Gustavo Noboa (Equador).

"Isso não é uso da máquina?", brincou o senador tassista Lúcio Alcântara (PSDB-CE), ao ser informado de que Serra chegara a Fortaleza no mesmo vôo de FHC.

Fonte: Folha Online

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