Passageiros já percebem restrição de uso da porta do meio dos ônibus (e reclamam)

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Passageiros já percebem restrição de uso da porta do meio dos ônibus (e reclamam)

Amanda Miranda
Publicado em 05/11/2015 às 10:09
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/11/05/normal/d500c26a08c57f610a58f61d6eb7726e.jpg Foto: JC


Fernando Bandeira, presidente do Urbana-PE, entidade que representa os donos de empresas de ônibus, discorda da usuária. "Eu não vejo essa dificuldade. Sempre usei ônibus quando estudante e nunca tive essa dificuldade. É só, quando vir que está se aproximando o lugar de descer, ir para a parte de trás", minimizou.

A orientação aos motoristas de não usar a porta do meio está sendo confundida nas redes sociais com o Projeto de Lei 206/2015, em tramitação na Câmara do Recife. Porém, o PL não foi votado e aguarda pareceres. As comissões de Legislação e Justiça e de Defesa dos Direitos Humanos, Contribuinte e do Consumidor já aprovaram o documento, mas ainda é necessária a avaliação da Comissão de Meio Ambiente, Transporte e Trânsito.

O que está em vigor é um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado por representantes das 13 empresas de ônibus que atuam na Região Metropolitana no Procon-PE. O órgão determinou que, por segurança, o uso da porta do meio seja restrito. Quem descumprir o acordo a partir de 14 de abril poderá ser multado. A penalidade será no valor simbólico de R$ 2 mil.

O TAC prevê ainda a instalação e o funcionamento correto do equipamento de segurança Anjo da Guarda, um sistema que impede a abertura das portas com o carro em movimento, em todos os veículos. As empresas de ônibus devem também iniciar uma campanha de conscientização dos passageiros até 14 de novembro. Segundo o presidente da Urbana-PE, a primeira ação foi colocar adesivos nas portas do meio informando as situações em que elas não podem ser abertas.

Bandeira explicou que o uso da porta central fora dos terminais integrados é inseguro por dois motivos principais. "Como as pessoas forçam a porta para entrar, quebram o dispositivo e a porta fica muito mais sensível, podendo abrir no caminho e causar acidentes", justificou. Além disso, afirmou que o elevador instalado pelas pessoas com mobilidade reduzida já foi estragado algumas vezes por causa do uso inadequado.

Nos TIs, passageiros podem usar a porta do meioFoto: Luiz Nogueira via comuniQ

Os ônibus passaram a ter a agora polêmica porta do meio em 2011, após a publicação de uma lei para garantir acessibilidade no transporte coletivo. Isso não virou realidade até hoje, no entanto. "Muitos motoristas não entenderam até hoje que a porta não é só para os cadeirantes como eu e não deixam que a minha esposa, que tem problemas nas pernas (mobilidade reduzida) e está grávida, suba pelo elevador", denunciou Luiz Batista, 43, que esperava o no Derby. "Não importa se abrem para quem não é como ela e eu."

Aguardando o ônibus ao lado de Luiz, a estudante Letícia Vilar, 18, frisou que o sistema de transporte é precário e superlotado. O funcionário público Francisco Orlando, 50, concorda com ela. "Foram muito infelizes nessa medida. O ônibus é muito extenso e cheio, então romper todo o fluxo de pessoas para ir para trás, tendo uma porta, é uma incoerência", afirmou. "Entendo que talvez seja mais seguro, mas, com os ônibus lotados do jeito que estão, se deslocar para trás é muito complicado. As pessoas que andam de ônibus sentem a diferença. Quem fez isso não anda de ônibus", ponderou ainda a estudante Maria Cecília Cintra, 22.

O JC Trânsito fez uma enquete sobre o assunto. Quase 70% votaram contra a restrição do uso da porta do meio dos ônibus. Veja:



OUTRO LADO - Enquanto muitos passageiros reclamem da medida, outros aplaudem. A artesã Luciene Sales, 54, ressaltou que ela garante mais segurança aos usuários. "Só tinha uma porta e sempre passei com bolsa, menino... é só ir para trás quando pedir parada", brincou. "O povo precisa se reeducar." Para a estudante Vanessa dos Santos, 26, que aprovou a medida, a preferência deve ser dada aos deficientes.

Em nota, o Grande Recife Consórcio de Transportes afirmou que precisará "de mais tempo para avaliar os impactos negativos (da medida)."

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