Essa barraca azul é o espaço para os rodoviáriosFoto: Amanda Miranda/JC Trânsito
Uma barraca de alumínio com poucos metros quadrados é o único espaço disponível para o fiscal e motoristas e cobradores de oito veículos da linha - quatro são da empresa Globo e quatro da Pedrosa, cuja garagem é quase em frente ao "terminal". Na verdade, esse é apenas um espaço alugado pela Pedrosa para os funcionários, já que, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte, não há realmente um terminal; o que funciona oficialmente é apenas o ponto final. Não há sequer espaço para isso ou previsão do órgão para a construção em outra localidade. A Pedrosa afirma que a solução encontrada foi oferecer a garagem como área de apoio para os rodoviários e como ponto de ônibus.
O banheiro atual, de tão apertado, quase não tem espaço para entrar - veja na foto abaixo. "Em tempos de calor é muito ruim, fica ainda pior", reclama o fiscal Antônio da Silva, 58, que exerce a função há 34 anos. O servente de operações Lázaro Gonçalves, 41, afirma que sempre leva a dificuldade aos supervisores, mas a questão nunca foi resolvida. "É burocracia demais. A gente aguarda, aguarda, e vai levando do jeito que está mesmo", lamenta. Para ele, esse é um dos piores terminais da Região Metropolitana.
Quem gostaria de usar esse banheiro no trabalho? Ninguém (Foto: Amanda Miranda/JC Trânsito)
Os motoristas da Vasco da Gama/Afogados ficam sem saber onde deixar os ônibus até a próxima viagem, já que, se estacionassem em frente ao ponto final, bloqueariam o trânsito já complicado na avenida de mão dupla, prejudicando até o acesso à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do local. Assim, os veículos geralmente ficam na calçada da via, cerca de 20 metros após a unidade de saúde, na rua ao lado ou ainda na garagem da Pedrosa. "É muito ruim. Se a gente deixa na calçada, corre risco de ser multado. Quando para na rua, engarrafa tudo. O problema de ter que ir para a garagem é que às vezes a gente tem pouco tempo para isso", relata o motorista Silas de Oliveira, 47, que atua na linha há três anos.
Fiscais são os que mais reclamam das condições do "terminal" (Foto: Amanda Miranda/JC Trânsito)O Sindicato dos Rodoviários já visitou o terminal e verificou os problemas. "Lá tem risco grave de vazar corrente elétrica", acrescenta o assessor de comunicação da entidade, Genildo Pereira. "Só tem uma solução: retirar o terminal de lá e conseguir um local. O ideal seria levar para o Alto do Eucalipto", defende. O sindicato afirmou que enviará um ofício para o Grande Recife Consórcio de Transporte reivindicando a transferência do ponto final. Porém, até lá, os problemas deverão continuar.