Mesmo sem paralisação, passageiros têm que enfrentar problemas nos TIs

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Mesmo sem paralisação, passageiros têm que enfrentar problemas nos TIs

Amanda Miranda
Publicado em 01/10/2015 às 10:40
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Ônibus ficaram parados em Olinda, mas foi no congestionamentoFoto: Diego Nigro/JC Imagem

O jovem reclamou ainda que não há fiscais no terminal. Assim, as filas enormes ficam confusas. "O ônibus nem chega à parada certa e já está todo mundo correndo. Muitos idosos não conseguem pegar", disse. "Precisa de mais fiscais e mais ônibus". De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte, há orientadores de filas no TI Xambá, mas eles podem ser remanejados para outros terminais de acordo com a demanda. Gibson esperou o ônibus por mais de 30 minutos.

Quem pegou o TI Xambá/Rio Doce (C.L. Cavalcanti), citado no início da matéria, teve que aguardar ainda mais. A empregada doméstica Girlane Muniz, 32, ficou na parada por uma hora: "Tem gente que fica furando fila e não adianta falar com o fiscal. Uma vez fui e ele disse: Pegue um táxi"..

O problema foi o mesmo no Terminal Integral PE-15, também em Olinda. Lá, a queixa foi de que os fiscais são levados para o TI Pelópidas, em Paulista, ainda na RMR, desfalcando filas movimentadas como a da linha TI PE-15/Boa Viagem. "A maioria acaba ficando fora da fila. Quem está nela nem consegue entrar no ônibus", disse a agente de viagens Kátia Nogueira, 49. "Os motoristas nem encostam; às vezes, param no meio da via, bem longe da calçada, e todo mundo corre. Um idoso pode se machucar desse jeito."

- Diego Nigro/JC Imagem
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Nem a presença dos fiscais ajudava a organizar a fila do TI Joana Bezerra/Boa Viagem, no terminal, localizado  na área central do Recife, no início da manhã. Aos gritos de "Vem, vem, vem", tentavam agilizar a entrada dos passageiros pela porta central dos veículos. Gritavam também "Vai, 'motô', abre a de trás!". E continuava o empurra-empurra.

Por lá, a sensação das pessoas era de que estavam saindo de casa e poderiam não ter como voltar. "O motorista disse que ia parar mais tarde. Para a gente, que trabalha, é muito ruim (a incerteza)", afirmou a analista comercial Virgínia Campos, 30. "O problema não é a ida, é saber se vai voltar", disse ainda o promotor de merchandising David Cabral, 24.

Apesar de os rodoviários terem ameaçado parar ainda nesta quinta, a perspectiva geral não é essa.

SEM PROTESTO - Alguns motoristas e cobradores em Joana Bezerra sequer sabiam que haveria paralisação. "Soube pela minha mulher, que viu na internet", disse um deles. Outros afirmavam que não haviam parado por não concordar com a oposição. O protesto era mais um que revelaria o racha no sindicato e disputa interna de poder, que acaba afetando a população.

De acordo com o presidente da Associação dos Amigos Rodoviários, que convocou a paralisação, o protesto não foi concretizado porque, segundo ele, havia pelo menos duas viaturas da Polícia Militar em cada garagem, o que teria intimidado os manifestantes. "Agora vamos aguardar a resposta do julgamento no dia 19. Se for positiva, vamos aplaudir. Se não, fazer protesto", adiantou.

No dia 19, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) vai votar se mantém a suspensão do reajuste salarial concedido aos rodoviários no Recife. O aumento após dois dias de greve havia sido de 12% nos salários, mais 59,57% no vale-alimentação. Porém o TST decidiu reajustar os dois pagamentos em apenas 9% poucos dias depois, após um pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), que alegou não ter como arcar com os novos custos. Desde então, é aguardado o agendamento do julgamento do dissídio coletivo na esfera federal, que ainda não foi feito.

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