Em obras e desorganizada, Av. Cruz Cabugá enfrenta congestionamentos diários

https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/05/21/normal/a0603a4d6752f35a99108948df0e4934.jpg Foto: JC

Você atingiu o limite de conteúdos que pode acessar.

Em obras e desorganizada, Av. Cruz Cabugá enfrenta congestionamentos diários

Amanda Miranda
Publicado em 21/05/2015 às 17:01
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2015/05/21/normal/a0603a4d6752f35a99108948df0e4934.jpg Foto: JC


Motociclista é flagrado se arriscando entre os carros e ainda bloqueando o trânsitoFoto: Amanda Miranda/JC Trânsito

A rede semafórica da avenida é um dos alvos de reclamações. "É terrível, um sinal em cima do outro", afirma o taxista Denilson de Paula, 42, enquanto aguarda o semáforo abrir no cruzamento com a Rua Dr. Jayme da Fonte. "Os semáforos não estão sincronizados, o que faz com que os carros se aglomerem. É transtorno total em uma via que não deveria estar assim", diz o também taxista Rafael Américo, 32.

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) afirmou que, como em qualquer máquina, acontecem falhas, mas negou que elas sejam frequentes. "As pessoas esquecem que na via não só tem carro, tem pedestres também", frisa o gerente geral de trânsito do Recife, Agostinho Maia, que explicou que os semáforos foram instalados de acordo com a demanda, em frente ao Hospital do Câncer, próximo às estações de BRT e no cruzamento com a Avenida Prefeito Artur Lima Cavalcanti, o trecho criticado. "Afinal, as pessoas precisam atravessar."


Estação Vila Naval, já em funcionamento, já teve parte quebrada por causa de caminhão. Peças foram solicitadas, mas não há previsão para o conserto

O entregador Flávio dos Santos, 33, percorre a Cruz Cabugá diversas vezes por dia e afirma que os motoristas que passam pela via costumam não respeitar a distância mínima de 1,5 metro de quem está de bicicleta, o que poderia lhes render multa de R$ 85,13 e quatro pontos na carteira, se houvesse fiscalização. "Aqui não tem espaço para ciclofaixa, então o jeito é dividir o espaço, ter atenção e aguentar os trancos que levo", lamenta. A ciclofaixa mais próxima é na Rua da Aurora.

Apesar desses problemas, as obras de duas estações de BRT no bairro de Santo Amaro, iniciadas em junho de 2013 e ainda em andamento, são consideradas o principal motivo de tantos congestionamentos na Cabugá. São quatro paradas que compõem o Corredor Norte/Sul e, portanto, deveriam estar prontas há um ano, para a Copa do Mundo. O custo para construir cada uma é R$ 2,5 milhões, dos R$ 187 milhões contratados para o corredor, segundo valores divulgados pela Secretaria das Cidades.

As estações Araripina e IEP, entre as avenidas Norte e Mário Melo, ainda não estão prontas, mas a nova promessa da pasta é entregá-las à população em junho. Até lá, a via terá afunilamentos que provocam retenções nos dois sentidos.

Duas estações estão em funcionamento: Vila Naval, onde o teto já está quebrado, e Santa Casa da Misericórdia. Porém, com a desordem da via, carros usam o trecho de faixa exclusiva, que não está ainda em toda a avenida, atrasando as viagens.


Expectativa é de concluir as obras das estações, que se arrastam há dois anos, no próximo mês

Usuário constante da estação Santa Casa da Misericórdia, o aposentado Manoel Marcolino, 50, afirma que o sistema está melhorando, mas lamenta o tempo que os ônibus ainda perdem no meio dos carros, sem corredores exclusivos. "Com o tempo, os motoristas vão entender que têm que ficar na faixa deles. Enquanto não respeitarem isso, vai ficar assim. Isso é por falta de educação", defende.

Com o fim das obras, no entanto, haverá uma faixa exclusiva para o BRT no sentido Recife/Olinda, restando apenas uma faixa para carros, motos e ônibus comuns. Será priorizado o transporte coletivo na via, mantendo a proibição do acesso de veículos comuns a partir do Cemitério dos Ingleses até o fim da via. O acesso já é restrito, porém raramente respeitado.

No sentido Olinda/Recife, que atualmente tem três faixas de tráfego misto, terá uma exclusivamente para os BRTs e duas para os outros veículos. As linhas comuns, que funcionarão em número menor, terão paradas na calçada, como funciona atualmente, deixando uma faixa livre. "Hoje não é corredor exclusivo. Vamos fazer o isolamento com tachões, além da faixa pintada", explica o gerente de Obras da secretaria, Gustavo Gurgel.


Faixas de pedestres não estão em bom estado. Mas a CTTU afirma que uma tinta melhor será usada após o recapeamento, previsto para este ano

De acordo com a CTTU, o projeto apresentado pela Secretaria das Cidades ainda está sendo avaliado. Dessa forma, poderá passar por alterações. "Naturalmente as pessoas vão se acomodar, procurar outras vias para evitar a Cabugá", afirma Agostinho Maia, usando a Avenida Agamenon Magalhães, igualmente engarrafada, como exemplo. "Temos que aguardar a conclusão da obra para avaliar." Cerca de 20 mil veículos trafegam na Cruz Cabugá todos os dias.

PASSAGEIROS -
Se no BRT o problema é a obra, atrasada em um ano, a questão para quem pega os ônibus tradicionais é falta de respeito. "Os ônibus se alinham de uma forma que conseguem cortar a parada, mesmo tendo passageiros esperando. Não podemos fazer nada, pois reclamamos e não tem punição", protesta o eletrotécnico Abraão da Silva, 57, usuário da linha Amparo.

Barracas ocupam calçada em frente à Assembleia de Deus - Amanda Miranda/JC Trânsito
Idosos têm dificuldade para transitar nas calçadas - Amanda Miranda/JC Trânsito
Chegar à parada de ônibus por essa calçada é desafio - Amanda Miranda/JC Trânsito
Pessoas correm riscos devido aos buracos - Amanda Miranda/JC Trânsito
Por onde o pedestre passa? - Amanda Miranda/JC Trânsito
Parada de ônibus acumula água - Amanda Miranda/JC Trânsito
Mais buracos na calçada. Desta vez, próximo ao Mercado de Santo Amaro - Amanda Miranda/JC Trânsito
Após chuva na madrugada, era impossível aguardar o ônibus na parada, que ficou embaixo d'água - Amanda Miranda/JC Trânsito
Água e buracos são obstáculo nas calçadas - Amanda Miranda/JC Trânsito
Lixo também ocupa a calçada - Amanda Miranda/JC Trânsito
Em dias de chuva, buracos acumulam água - Amanda Miranda/JC Trânsito
Um trecho da calçada foi reformado para receber uma parada de ônibus, que foi desativada - Amanda Miranda/JC Trânsito
Não há o mínimo cuidado com as calçadas - Amanda Miranda/JC Trânsito


Em nota enviada pela assessoria de imprensa, a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) afirmou que "a manutenção é de responsabilidade dos proprietários dos imóveis, de acordo com a Lei Municipal nº 16.890/2003". É papel da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano fiscalizar.

Segundo o órgão municipal, a coleta de lixo é nas terças-feiras, quintas-feiras e sábados, sempre à noite. Então, moradores não devem colocar os sacos na calçada pela manhã.

Para evitar alagamentos como o desta quinta-feira, em que uma parada de ônibus estava embaixo d'água, a Emlurb informou ainda que "realizará a recuperação do sistema de drenagem e do pavimento da Av. Cruz Cabugá até o final de 2015. A obra terá investimento de aproximadamente R$ 2,5 milhões e deverá durar 90 dias."
últimas
Mais Lidas
Webstory