Com trauma de treinos pré-Londres, Murer quer competir mais até a Rio-16

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Com trauma de treinos pré-Londres, Murer quer competir mais até a Rio-16

Wladmir Paulino
Publicado em 27/08/2015 às 18:16
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Fabiana e seu técnico e marido, Elson Miranda, não querem repetir no Rio a frustração de Londres-2012. / Foto: AFP

Fabiana e seu técnico e marido, Elson Miranda, não querem repetir no Rio a frustração de Londres-2012. Foto: AFP

Fabiana Murer, 34, conquistou a medalha de prata no salto com vara no Mundial de atletismo de Pequim na quarta (26), mas só a recebeu, de fato, nesta quinta (27). Ao subir ao pódio, ela se emocionou, mas a cabeça não estava mais na façanha na China. Entre um cumprimento e outro, já pensava na Rio-2016 -embora tenha mais duas competições nesta temporada.

Fabiana e seu técnico e marido, Elson Miranda, não querem repetir no Rio a frustração de Londres-2012, quando acabou eliminada ainda na eliminatória olímpica. Para isso, eles vão "enterrar" a preparação feita há três anos, quando priorizaram treinamentos e a saltadora quase não competiu.

"Para Londres, cometemos um erro de não disputar a temporada indoor [ao ar livre, sempre no início do ano]", afirmou Fabiana, em entrevista à Folha de S.Paulo. Ela contou que o tiro saiu pela culatra, porque o excesso de treinos acabou sendo prejudicial e até ocasionou pequenas lesões. Para alguém como ela, que vinha de um título no Mundial de Daegu, em 2011, foi um baque grande.

"Passei muito tempo praticando, mas meu corpo estava acostumado a uma parada de treinos, de decair quando chegasse perto da competição. E os treinos não decaíram, continuaram fortes. Isso atrapalhou. Tive lesões pequenas, como dores no tendão calcâneo. Cheguei a Londres sem dor, mas essa carga muito alta de treinos me prejudicou e, com isso, perdi um pouco da confiança", disse.

Como a ideia é não incorrer no mesmo equívoco, Fabiana e Elson já decidiram que vão participar da temporada de competições indoor em 2016. Inclusive, do Mundial respectivo -menos relevante do que ao ar livre como este de Pequim-, que ocorrerá de 17 a 20 de março em Portland, nos Estados Unidos. A brasileira já foi campeã do torneio em 2010, em Doha.

"Agora, é me preparar para o Rio sem fazer mudança nenhuma. Só vou fazer o que meu corpo está acostumado", concluiu. "A partir da temporada indoor vou ter um parâmetro de como estou." Após o término do período de eventos em estádios fechados, ela vai se dedicar a campeonatos ao ar livre, como etapas da Liga Diamante, principal circuito de atletismo do mundo.

Tudo para não dar mais brecha para um resultado olímpico ruim. "A medalha do Mundial [de Pequim] é uma motivação a mais, mas não quer dizer que irei ao pódio nos Jogos Olímpicos. Mas neste ano treinei muito bem, fiz boas competições e tudo isso me deu confiança para chegar ao Mundial e saltar bem. Vou repetir isso", complementou. Ela afirmou mais uma vez que vai se aposentar ao final da temporada de 2016.

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