Cerimônia de abertura dos Jogos promete tolerância e celebração da diversidade

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Cerimônia de abertura dos Jogos promete tolerância e celebração da diversidade

Wladmir Paulino
Publicado em 04/08/2016 às 19:50
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A pernambucana Yane Marques levará a bandeira brasileiraFoto: COB.

Após 120 anos de espera do continente, os anéis olímpicos chegam ao Brasil em um momento de grande polarização, depois de meses de uma forte crise política e econômica, o que tornou o orçamento da cerimônia o menor das últimas edições. 

O presidente responsável por declarar o início dos Jogos Olímpicos, Michel Temer, está no cargo interinamente até que o Senado decida sobre a destituição de Dilma Rousseff, longe do poder desde maio. A presidente afastada, que não comparecerá à cerimônia de abertura, acusa aquele que foi seu vice-presidente durante cinco anos de traição e denuncia ser vítima de um "golpe de Estado".

Os organizadores da cerimônia negaram, no entanto, a existência de mecanismos para camuflar as possíveis vaias a Temer e tentaram desvincular a política do espetáculo. "As cerimônias olímpicas ficam na memória coletiva, mas as pessoas não se lembram quem era o presidente (de governo) da Espanha em Barcelona-92 ou em Atlanta-96. Você lembra do espetáculo, de Muhammad Ali com a mão tremendo ao acender a pira ou do arqueiro que lançou a flecha em Barcelona", disse Marco Balich, produtor executivo do espetáculo. 

Apesar das declarações dos diretores da festa, vários protestos estão programados para sexta-feira nas ruas do Rio de Janeiro, organizados por grupos contrários ao presidente interino. Os manifestantes pretendem aproveitar as atenções do mundo voltadas para o Brasil nas próxima duas semanas por conta dos Jogos Olímpicos. Protestos estão marcados pela manhã na praia de Copacabana e mais tarde na área do Maracanã. 

Da mesma forma, os diretores negaram que o espetáculo incluiria uma cena em que a supermodelo Gisele Bundchen parecia ser assaltada por um jovem, como chegou a ser publicado pela imprensa.

Pelé e o mistério da pira

Questionados sobre o responsável por acender a pira olímpica, mais mistério. "Pelé não mentiu no que disse", limitou-se a afirmar o diretor de comunicação da Rio-2016, Mario Andrada. Principal candidato a ter a honra de acender a pira, o rei do futebol, considerado o atleta do século XX, afirmou na terça-feira que precisava solucionar a liberação de uma viagem internacional para participar no evento - o que foi resolvido.

Pelé deve acender a pira olímpica

Pelé deve acender a pira olímpicaFoto: AFP

Além disso, o mito do esporte tem um problema no quadril, informou seu assessor à AFP nesta quinta-feira. Pelé conseguiu se liberar dos compromissos que tinha esta semana com seus patrocinadores, programados pelo grupo americano Legends 10, que o representa, mas sofre de dores no quadril que comprometem sua mobilidade, explicou seu assessor José Fornos Rodrigues, conhecido como Pepito.

"A liberação (dos compromissos) já não é o problema, mas a dor está afetando sua mobilidade. Inclusive foi ao médico para ver como está. Ainda não sabemos se poderá participar da cerimônia para acender a pira (...) apesar de estar se esforçando". Com 75 anos e sucessivas cirurgias no quadril, Pelé anda com dificuldade, atualmente com a ajuda de uma bengala. 

Pelé disse esta semana que tanto o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, como o do Comitê Olímpico Internacional, Thomas Bach, o convidaram para ser o protagonista deste momento simbólico dos Jogos Olímpicos, mas que tinha assumido compromissos antes do convite. "Tenho contratos e deveria estar viajando. Se conseguir cancelar os compromissos, gostaria de ter a honra de participar disto. Se vou estar aqui para acender a pira ainda não posso afirmar", afirmou.

Pelé jamais participou dos Jogos Olímpicos, mas em meados de junho o COI lhe entregou em seu próprio museu, na cidade de Santos, a Ordem Olímpica por sua dedicação ao esporte. Com 1.363 partidas e 1.281 gols marcados, Pelé é reconhecido como o melhor jogador de todos os tempos.

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