Valor musical do frevo é tão grande quanto o cultural

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Valor musical do frevo é tão grande quanto o cultural

Davi Saboya
Publicado em 09/02/2017 às 8:17
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2017/02/08/normal/b6fb817b70f6286382f39575eb2a250d.jpg Foto: JC


Maestro Forró se destaca pela maneira descontraída de reger a orquestraFoto: Alexandre Belém/Arquivo JC Imagem

No século passado, o pianista e estudioso da música Waldemar de Oliveira registrou que existem três tipos do ritmo: o frevo de rua, o frevo de bloco e frevo canção. Desses, o primeiro ganhou três variáveis. O coquerinho, que explora as partes agudas dos instrumentos de sopro; o frevo ventania, parece um redemuinho de vento (popularmente falando) e é abordado pelo saxofone; e o abafo, mais simples, utilizado pelos blocos de rua do Recife e de Olinda e que as orquestras usam quando se encontram com a intenção de uma abafar o som da outra.

O jovem trumpetista pernambucano Marcos de Luna, 19 anos, começou a tocar com instrumentos emprestados há sete anos. "O frevo para mim é algo que faz parte da nossa cultura. Não enxergo dificuldade porque está dentro da gente", destacou o estudante.

O interesse de Marcos surgiu por amor ao frevo. Após cerca de oito anos estudando no Centro de Criatividade Musical do Recife, ele atualmente estuda em casa, mas não desistiu do sonho de espalhar o ritmo pernambucano pelo mundo. "Vou me sentir realizado quando disseminar o frevo pelo mundo", contou.

Na visão do jornalista e crítico musical Jose Teles, o grande valor musical do frevo se deve à grande habilidade que é necessária para executar. "O frevo é uma música única, difícil de compor, é um dos gêneros musicais mais originais do País. Autor e frevo lá fora geralmente é gente feito Tom Jobim, Dori Caymmi, Egberto Gismonti, ou seja, grandes músicos", frisou.

De acordo com Teles, a falta de uma renovação no frevo se deve à pouca divulgação e ao mercado, que mesmo com novas músicas, não tem espaço para as novidades. "Primeiro porque não não se toca novos frevos no rádio, nem na TV. Depois porque o modelo do carnaval do Recife não incentiva a que se cante frevos, porque não se exige que as atrações cantem apenas músicas carnavalescas. Ainda se continua a fazer muito frevo, os compositores, novos e velhos, continuam criando, mas não tem mais mercado para novidades. Só se tocam clássicos", finalizou. 

 

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