
Abelardo da Hora esculpiu várias obras espalhadas pelo Recife. O nu feminino é uma de suas marcas Fotos: Helia Scheppa/JC Imagem
» Familiares e amigos reúnem-se no velório de Abelardo da Hora
» Um artista incansável
» Abelardo da Hora faz do Recife sua obra de arte
» Abelardo da Hora: "A maior miséria é a falta de educação"
» Abelardo tem a arte com missão de vida
» Último ‘gol’ de Abelardo da Hora está eternizado na Arena Pernambuco
Filho de uma família de sete filhos - Abelardo é o segundo e um deles é o cantor Claudionor Germano -, ele nasceu em São Lourenço da Mata, no Grande Recife, no dia 31 de julho de 1924. Radicado na Capital pernambucana na década de 1930, ele começou a moldar suas primeiras obras nas aulas da Escola de Belas Artes do Recife, antes de ingressar no curso de direito da Faculdade de Olinda, nos anos 1940.
A morte é uma traição que se faz contra a vidaAbelardo da Hora
Abelardo deu seus primeiros grandes voos nas artes plásticas, sob a tutela do industrial Ricardo Brennand – ex-chefe do seu pai, Cazuza. Foi quando deu aulas a Francisco Brennand: "Ele desistiu do curso de Direito para estudar arte comigo".
Em entrevista recente ao Jornal do Commercio, por ocasião das homenagens pelos 90 anos, Abelardo falou sobre sua relação com a política e cultura, o que o transformou num artista politicamente combativo e fortemente defensor do povo.

Abelardo esculpiu o busto da esposa, falecida há quatro anos
Em abril de 1948, quando fazia sua primeira exposição de escultura no Recife, Abelardo da Hora conheceu o grande amor da vida, Margarida Lucena, de quem ficou viúvo há quatro anos. O amor, porém, continuou presente em todos os cantos do seu atelier, localizado na casa 307 da Rua do Sossego, no Centro do Recife. Para eternizar seu amor, o artista esculpiu o busto da esposa.

A última obra de Abelardo foi O Artilheiro, em São Lourenço da Mata, cidade natal
Um artista incansável, que mesmo aos 90 anos não parou de criar, Abelardo da Hora possuiu importante papel na renovação do panorama artístico recifense e brasileiro. Ele foi responsável pelo projeto de Lei que obriga a existência de obras de arte em edificações com mais de 1500 m2 no Recife, além de criar a Sociedade de Arte Moderna do Recife.
Abelardo inaugurou, a partir de 2007, uma série de monumentos no Recife, onde se destacam o Monumento aos Retirantes, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem; o Monumento ao Maracatu, nas proximidades do Forte das Cinco Pontas; e o Monumento ao Frevo, na Rua da Aurora.
A última obra foi O Artilheiro, na Arena Pernambuco, São Lourenço da Mata. De acordo com Abelardo da Hora Filho, uma obra do pai ficou sem ser concluída: a escultura de Gregório Bezerra, torturado em 1964.
















