Artistas e familiares exaltam contribuição de Abelardo para identidade do recifense

Familiares, amigos e colegas de trabalho foram pegos de surpresa na manhã desta terça-feira (23) com a notícia da morte do escultor e artista plástico Abelardo da Hora. Em conversa com o Portal NE10, eles lamentaram o falecimento e agradeceram os bons momentos.

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Um dos seus filhos, que leva seu nome, destacou os desafios enfrentados pelo pai durante a vida. "Como sempre lutador, enfrentou as dificuldades lutando o tempo inteiro. Infelizmente, às 8h45, ele veio a falecer e deixar essa lacuna enorme para a cultura do nosso Estado e País", disse Abelardo da Hora Filho.

Abelardo amava o Recife e o Recife amava AbelardoMargot Monteiro, artista plástica

A artista plástica Margot Monteiro ressaltou a contribuição de Abelardo para a identidade do povo recifense e sua atuação na vida política. "Abelardo amava o Recife e o Recife amava Abelardo. Ele não se recusava a contribuir com nenhum artista, promoveu muitos deles na década de 70, formou grupos de intelectuais", disse. 

Margot também demonstrou sua gratidão a Abelardo pelo seu trabalho: "Estou super triste. Devo muito a ele como artista plástica. Tive muito privilégio de conviver com ele, como amiga e admiradora também. Toda a forma que ele tinha, a alegria de viver, era contagiante para todos." 

A artista plástica francesa Marianne Peretti era amiga de Abelardo e também lamentou muito sua morte: "O que é que a gente pode dizer quando a pessoa morre? Lastimo muito, ele era um grande amigo meu."

Sobrinho de Abelardo, o cantor Nonô Germano valorizou a autenticidade dele como artista: "Tio Abelardo foi um dos grandes exemplos para a minha vida. Nunca se rendeu a modismos. Nunca baixou a cabeça para o que pensava. Foi um verdadeiro guerreiro, até nos últimos momentos."

AMIZADE - O escultor e ceramista, Franciso Brennand, divulgou na tarde desta terça-feira (23) seu depoimento de pesar sobre a morte do amigo Abelardo da Hora, na qual diz ser uma perda “inestimável para o mundo da arte e para os seus amigos”.

O artista também relembrou sua história com Abelardo, que chegou para trabalhar na fábrica de Ricardo Brennand, pai de Francisco, em 1942 e que o aproximou do mundo das esculturas. Juntos "passaram a dividir ideias e feitos".

NOTA - O presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Frederico Neves, enviou uma nota de pesar pela morte do artista, na qual ressaltou que "Sua vasta obra deixa uma marca na história do Estado e uma grande contribuição para a cultura de Pernambuco".

No dia 13 de agosto, Abelardo foi homenageado com a Medalha de Alta Distinção do Judiciário Estadual, Grau Cavaleiro, durante a solenidade de comemoração dos 192 anos do TJPE.