Naná Vasconcelos era exemplo de humildade para integrantes de maracatus pernambucanos

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Naná Vasconcelos era exemplo de humildade para integrantes de maracatus pernambucanos

Amanda Miranda
Publicado em 10/03/2016 às 13:03
https://imagens4.ne10.uol.com.br/ne10/imagem/noticia/2016/03/10/normal/d796b29bf48de60b09139656138daaa5.jpg Foto: JC




"Às vezes parecia que ele não tinha dimensão do enorme poder que tinha", concorda Anderson do Bleke, 35, percussionista desde os 7 anos e atualmente integrante do Nação de Lucinda. "É uma inspiração, uma referência para me tornar uma pessoa mais forte", diz, orgulhoso. "Mesmo doente, fez o Carnaval deste ano. Ele era reconhecido no mundo inteiro, não precisava disso, mas fez questão de estar com a gente", afirma ainda o mestre Chacon Viana.

Para a educadora Raquel Araújo, 42, a simplicidade e a força de Naná eram demonstradas principalmente na forma de ensinar. "A forma como ele explicava era muito especial. Os toques eram feitos primeiro com a boca, para que a gente pudesse sentir, e só depois na alfaia. Ele dizia: Não toque, amacie." Raquel foi a primeira mulher a assumir uma alfaia no Nação Sol Nascente, há 12 anos. O maracatu foi o responsável pelo cortejo da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) até o cemitério. Em Santo Amaro, o corpo de Naná foi recebido pelas nações de maracatu e por estandartes de ícones do Carnaval recifense, como o Galo da Madrugada.

Os integrantes das nações de maracatu reconhecem ainda a importância de Naná para unir as nações de maracatu, o que fez na Noite dos Tambores Silenciosos e reunindo centenas de batuqueiros na abertura do Carnaval há 15 anos. "Antes havia um conflito e ele fez com que as nações se abraçassem", lembra Anderson. "O único objetivo é de levar o maracatu para o mundo inteiro ouvir", acrescenta o mestre Chacon Viana. "Sei, hoje, que tem outros mestres esperando por ele e fazendo uma festa lá em cima. Aqui, fica o legado enorme que não vai se apagar", afirma a aluna Raquel. Salve Naná!

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