ATUALIZADA ÀS 10H

Os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), depois de contrariar a decisão nacional de acabar com a greve, continuando a paralisação na universidade, fazem protesto no campus, que fica na Zona Oeste do Recife, na manhã desta quarta-feira (22). Os grevistas impedem, com pneus, a entrada de veículos na universidade. A previsão da categoria é que o protesto continue até as 13h.

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No último sábado (18), uma reunião do comando de greve da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra), que reuniu representantes de todas as instituições federais, decidiu aceitar a proposta apresentada pela União, de 15,8% pagos em três anos.

Os manifestantes afirmaram que, se algum carro ultrapassasse a barreira, teria o pneu furado. As pessoas podem ter acesso ao campus caminhando

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Federais de Pernambuco (Sintufepe), o ato desta quarta, mais radical que os outros, é para contrariar o Comando Nacional de Greve, além de mostrar indignação com a proposta do governo. Para os manifestantes, o reajuste mínimo deveria ser de 22,8%, valor que eles calculam ser a perda. A porcentagem deveria ser paga em dois anos a partir de março de 2013.

Nesta quarta-feira, a entidade tem marcada uma reunião com o Ministério do Planejamento, em Brasília, para apresentar a contraproposta. Os resultados do encontro serão debatidos em assembleia nesta quinta-feira (23), às 10h, no Auditório Jorge Lobo, no Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE.

Além da avaliação do quadro nacional da paralisação, os técnicos-administrativos devem discutir nessa assembleia a pauta interna de reivindicações, segundo eles, entregue ao reitor Anísio Brasileiro. O pedido é pela redução da carga horária para 30h sem perdas salariais; a não privatização do Hospital das Clínicas; e eleições diretas para a coordenação órgãos suplementares, como as bibliotecas. De acordo com os grevistas, se o reitor não aceitar as solicitações, a paralisação não acaba. Uma reunião com Anísio Brasileiro deve ser feita na sexta-feira (24).

Depois de muita confusão, um grupo de pesquisadores do Departamento de Oceanografia conseguiu entrar no campus com um caminhão de água salgada para os aquários e alimentos para os bichos. O acesso também esteve liberado aos ônibus que levavam crianças para assistir ao espetáculo João e Maria no Teatro da UFPE.

PROFESSORES - Os docentes da UFPE, em greve há três meses, também realizam um ato nesta quarta-feira. A partir das 9h, estarão doando sangue na Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope). A manifestação foi intitulada "Doe sangue pela Educação”.

Segundo a Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), a reivindicação é pela reestruturação da carreira atual dos docentes, garantia de recursos para investimentos na infraestrutura das universidades e a paridade entre ativos e aposentados. O movimento também é contra a estagnação nas negociações com o governo para um rejuste salarial.

A proposta do Planejamento prevê reajustes de 25 a 40% em três anos, com ganhos superiores aos portadores de maior titulação e com dedicação exclusiva. O impacto da nova medida é de R$ 4,2 bilhões. No entanto, os professores acreditam que essa porcentagem, na verdade, não dá ganhos reais até 2015, devido à inflação.

No Estado, além da UFPE, a paralisação atinge a Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), além dos institutos federais de ensino tecnólogico. Nacionalmente, são 57 das 59 universidades federais, além de 34 dos 38 institutos.