Criado por Alexander Osterwalder e Yves Pigneur, o BMC se tornou um recurso essencial para empreendedores e gestores que desejam ter uma maneira fácil de compreender o seu negócio através da gestão visual.
Composto por nove blocos fundamentais, esse modelo proporciona uma visão ampla de todos os aspectos cruciais para o funcionamento de uma empresa, sendo especialmente útil para microempresas que precisam otimizar recursos e esforços.
Aplicando o BMC em microempresas
.
Embora o BMC seja amplamente utilizado por empresas de grande porte, sua aplicação em microempresas pode ser igualmente transformadora.Moisés Falcão
Em um cenário onde os recursos são limitados, ter uma visão clara do modelo de negócio é essencial para garantir a sobrevivência e o crescimento. Cada um dos nove blocos do BMC pode ser aplicado a uma microempresa e são eles:
Segmentos de Clientes:
Identificar os diferentes grupos de clientes que a empresa deseja atender. Para uma microempresa, é fundamental entender quem são seus principais clientes e como atendê-los. Isso ajuda a focar os esforços de marketing e vendas em nichos específicos, otimizando recursos.
Proposta de Valor:
Define o que torna o negócio único e por que os clientes deveriam escolher seus produtos ou serviços. Para microempresas, é importante encontrar uma proposta de valor que ressoe com seu público-alvo e diferencie a empresa dos concorrentes.
Canais:
São os meios pelos quais a empresa entrega sua proposta de valor aos clientes. A entrega da proposta de valor, na maioria das vezes é materializada em seu portfólio de produtos. Se sua empresa é um pequeno restaurante, então a sua entrega de valor está no atendimento, nas refeições e nas bebidas, por exemplo.
Relacionamento com Clientes:
Como a empresa interage e mantém seus clientes diretamente. Nesse quadrante, é comum as pessoas confundirem achando que é a forma como a empresa simplesmente comunica ao público.
Porém, o quadrante de relacionamento deve evidenciar como o segmento de cliente interage diretamente com a empresa obtendo respostas. Alguns exemplos são WhatsApp, mensagem no Instagram, telefone, e-mail, etc...
Recursos Principais:
São os ativos necessários para que o negócio funcione, como capital humano, tecnologia e materiais. Identificar e gerenciar esses recursos de forma eficiente é crucial para uma microempresa, que geralmente tem limitações de capital.
Atividades-Chave:
As atividades essenciais que a empresa deve realizar para entregar sua proposta de valor. Microempresas devem focar em otimizar essas atividades para maximizar a produtividade e a eficiência.
Parcerias Principais:
Parcerias com fornecedores, distribuidores ou outros aliados estratégicos que ajudam a empresa a operar. Para microempresas, parcerias podem fornecer acesso a recursos ou mercados que seriam inacessíveis de outra forma.
Estrutura de Custos:
Todos os custos necessários para operar o modelo de negócio. Manter uma estrutura de custos enxuta é vital para a sobrevivência de microempresas, e o BMC ajuda a identificar e controlar esses custos de forma eficaz.
Fontes de Receita (finalmente):
Como a empresa gera dinheiro. É importante para microempresas diversificar suas fontes de receita para minimizar riscos e aumentar a sustentabilidade financeira.
Se sua empresa serve almoço, o garçom deve perguntar se o cliente deseja beber algo, deve oferecer uma sobremesa ou um café antes de fechar a conta. Além disso, no espaço físico do restaurante pode ter uma pequena loja com produtos produzidos na casa, ampliando o portfólio de fontes de receita.
BMC como bússola para monitorar o negócio
Ao mapear claramente os blocos do BMC, os empreendedores podem facilmente identificar quais áreas precisam de ajustes, qual proposta de valor está sendo bem recebida pelos clientes, ou onde estão os gargalos operacionais.
Em microempresas, onde as mudanças no ambiente de negócios podem ter impactos significativos, o BMC oferece um panorama que facilita a adaptação rápida e eficiente.
A possibilidade de revisar e ajustar regularmente cada bloco garante que a empresa esteja sempre alinhada com seus objetivos estratégicos e pronta para responder a novos desafios ou oportunidades.
A importância da melhoria contínua
A aplicação do BMC em microempresas deve ser acompanhada de uma cultura de melhoria contínua. Isso significa que o BMC não deve ser um documento estático, mas sim um guia dinâmico que evolui conforme o negócio cresce e o mercado muda.
.
Revisar periodicamente cada bloco do BMC permite que os gestores identifiquem áreas de melhoria, ajustem suas estratégias e permaneçam competitivos.Moisés Falcão
Além disso, a melhoria contínua incentiva a inovação, permitindo que microempresas experimentem novos modelos de receita, parcerias ou formas de engajamento com os clientes. Esse processo iterativo é fundamental para o crescimento e manutenção da empresa.
Educação continuada e visão estratégica
Para que o BMC seja verdadeiramente eficaz, os sócios e gestores de microempresas devem investir em educação continuada. Acompanhar as tendências de mercado, novas tecnologias e melhores práticas de gestão é essencial para adaptar e aprimorar o modelo de negócio.
Sócios bem informados são mais capazes de transmitir uma visão estratégica clara para suas equipes, garantindo que a operação do negócio esteja sempre alinhada com os objetivos de longo prazo.
Transmitir essa visão estratégica para todos os envolvidos na operação do negócio é vital para que cada colaborador entenda seu papel no sucesso da empresa.
Um time alinhado com a estratégia é mais coeso, engajado e eficiente, o que, por sua vez, se reflete em melhores resultados e crescimento sustentável.