A primeira imagem do buraco negro na história, de 2019, ganhou uma nitidez maior com o trabalho da astrofísica brasileira, Lia Medeiros, pesquisadora do Instituto de Estudos Avançados dos Estados Unidos (EUA).
Lia e sua equipe treinaram um programa computacional para analisar mais de 30 mil imagens simuladas de buracos negros, que proporcionou uma representação mais real das observações capturadas pelo Event Horizon Telescope (EHT), rede colaborativa de astrônomos, cientistas e astrofísicos de todo globo para capturar imagens de buracos negros.
A pesquisa contou com essa rede, que forneceu sete radiotelescópios espalhados pelo mundo e combinaram seus dados em um instrumento para aumentar a capacidade de resolução do M87*.
Com a distância de 50 milhões de anos-luz da Terra, a imagem do buraco negro é a região maior e mais escura, que se cerca de um gás brilhante em formato de círculo.
O fenômeno não é visível aos olhos humanos, assim, para realizar o registro, os cientistas utilizam dados do EHT e montam a imagem através de algoritmos sofisticados e uso de Inteligência Artificial (I.A).
"A inteligência artificial ajuda porque podemos preencher os dados que estão faltando usando o que o algoritmo aprendeu das simulações usadas para o treinamento. Outro modo de dizer isso é que o algoritmo aprende como diferentes regiões na imagem se relacionam umas com as outras, e usa essa correlação para preencher os dados que estão faltando", afirmou Lia ao G1.
Essa imagem mais nítida do buraco negro fornece uma nova base para que a comunidade científica determinem em um futuro próximo a massa de M87*, além dos parâmetros que podem determinar sua aparência nos dias de hoje.