Nesta sexta-feira (17), a Globo revelou como são gravados as cenas que destaca a trama do pedófilo, interpretado por Cláudio Tovar, que utiliza de deepfake para enganar Karine na novela "Travessia".
Nas cenas, o criminoso usa um recurso de ponta para chamada de vídeo ao vivo, utilizando a imagem de uma atriz fictícia que a jovem admira.
Segundo a produtora Claudia Mendes, a deepfake em tempo real é bem recente e teve como referência inicial algumas tendências das redes sociais, como o TiKToK, que utiliza um efeito desenvolvido por Inteligência Artificial (I.A) capaz de emular a voz e imagem, transparecendo um conteúdo idêntico a quem se deseja parecer.
De acordo com a produtora, a deepfake já utilizada por usuários na web tem uma técnica que precisa compartilhar algumas semelhanças físicas com quem deseja imitar. Esse foi um obstáculo para a produção, uma vez que a autora Gloria Perez desejava uma disparidade entre a aparência do pedófilo e a imagem.
"Partimos para outra abordagem da questão da tecnologia, para se encaixar no pedido de dramaticidade, no pedido artístico. Então, partimos para ideia de algo híbrido. Em uma parte, é o deepfake, essa transformação em tempo real, que transforma a voz completamente. Não é só deformar a voz, é realmente usar a voz em tempo real de alguém que já existe", afirmou a Mendes.
Como funciona a deepfake usada em "Travessia"?
O processo de produção da equipe de efeitos visuais criam uma plataforma para que na novela seja usada e, assim, criar um modelo 3D com configurações que incluem formato do rosto, cabelo, formato do corpo, roupas e sapato.
“(Em relação à imagem em vídeo) partimos para que estivesse construindo um modelo 3D dela, que, com ele, teria uma captação de movimento, motion tracking. Aí, ele poderia, sim, ter essa atriz como se fosse um modelo 3D que ele manipula e faz o que quer”, confirmou Claudia Mendes ao Gshow.
Somado a isso, a produtora também pontuou que a única possibilidade dessa deepfake ser criada é com a ajuda da inteligência artificial.
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