Com PT contra, Lula autoriza compra de blindados de Israel para frota do Exército
Valor da compra dos veículos pode chegar próximo a R$ 1 bilhão.
A despeito do seu próprio partido, o PT, o presidente Lula deu aval à compra de 36 veículos blindados de combate obuseiros fabricados por uma empresa de Israel para frota do Exército Brasileiro.
O resultado da licitação foi anunciadona última semana, e o valor da compra pode chegar próximo aR$ 1 bilhão.
Nos bastidores, o PT defendia que uma empresa chinesa fornecesse os veículos em detrimento da empresa israelense Elbit Systems. Lula, contudo, ignorou o desejo da legenda, e 'fechou questão' com o ministro da Defesa, José Mucio Monteiro.
Para convencer o presidente, a pasta liderada por Mucio teria sido alertado que o processo licitatório foi rigoroso e que venceu a que ofereceu melhores condições, preços e tecnologia. Lula, então, teria pedido apenas para que a lei fosse seguida.
PT CONTRA NEGÓCIO COM ISRAEL
O PT, por outro lado, foi até Lula para tentar fazê-lo dar sua decisão final sobre a compra apenas após uma avaliação política da Presidência e do Itamaraty.
O principal incômodo estava no fato de o governo de Israel ter declarado o mandatário brasileiro persona non grata após declarações do presidente comparando a ofensiva israelense em Gaza ao Holocausto.
"Tem dois problemas nessa compra. Israel está usando o armamento dela para atacar Gaza. E segundo que por ser uma país em guerra quem garante que vai entregar?", disse o vice-líder do governo na Câmara, Carlos Zarattini (PT-SP) à CNN Brasil.
"Isso tudo em um contexto em que o governo de Israel considera o presidente Lula uma persona non grata. Não tem decisão final ainda. Vai ser uma decisão política”, completou.
NEGÓCIO DA CHINA
Nos bastidores, alguns setores do PT defendiam a escolha da empresa Norinco, da China, país com o qual o partido tem fortalecido laços.
Em abril, uma grande delegação do partido visitou o país e elogiou a relação bilateral. Em 2023, Lula e ministros foram recebidos com grande cerimônia durante uma extensa visita ao país.
Além das empresas israelense e chinesa, a lista final incluiu a francesa Nexter e a tcheca Excalibur.