crime eleitoral

Polícia investiga Zambelli após deputada apontar arma contra homem em São Paulo

Vídeos mostram a deputada Carla Zambelli, reeleita por São Paulo, com arma em punho e apontando para um homem nos Jardins

Agência Estado
Agência Estado
Publicado em 29/10/2022 às 21:58
Reprodução de vídeo
CRIME ELEITORAL Após a confusão, a deputada bolsonarista Carla Zambelli diz que ignorou TSE sobre uso de arma: 'Moraes não é legislador' FOTO: Reprodução de vídeo
Leitura:

A Polícia Civil está investigando o caso envolvendo a deputada federal Carla Zambelli (PL). Investigadores buscam identificar o homem perseguido pelos grupos de pessoas que estava com a parlamentar. Por enquanto, os policiais investigam a hipóteses de terem ocorrido os seguintes crimes: porte ilegal de arma, lesão corporal e disparo de arma de fogo.

Neste último caso, os policiais afirmam que dependerá da análise da direção do disparo para saber se um crime mais grave - tentativa de homicídio - ocorreu. Será a análise do vídeo com a direção do disparo que mostrará qual a intenção do homem que atirou em direção à pessoa perseguida por Zambelli e por seu grupo nos Jardins.

A deputada federal reeleita e apoiadora do presidente Jair Bolsonaro Carla Zambelli (PL-SP) foi filmada, na tarde deste sábado, apontado uma arma contra um homem no cruzamento das alamedas Joaquim Eugênio Lima com a Lorena, na capital paulista. Em imagens que circulam na internet a deputada atravessa a rua com a arma em mão e entra em um bar atrás de um homem que fugia dela. Em seguida, ainda com a arma apontada, ela é tranquilizada por outro homem.

No Instagram, Zambelli declarou que reagiu a uma agressão. "Me empurraram no chão, um homem negro, eles usaram um homem negro para vir para cima de mim, eram vários", disse. Segundo a deputada, ela sacou a arma após um de seus agressores ter tentado fugir dela enquanto ela esperava a policia para "dar flagrante" no agressor.

O caso deve ser registrado no 4.º Distrito Policial de São Paulo Por enquanto, a ideia dos policiais é fazer um boletim de ocorrência para uma posterior abertura de inquérito policial a fim de ouvir testemunhas e as partes envolvidas no caso sobre o fato. Os vídeos devem ser enviados para a perícia.

Vídeos divulgados em redes sociais na tarde deste sábado mostram a deputada Carla Zambelli com arma em punho nos Jardins, bairro de classe alta de São Paulo. Zambelli alega ter sido agredida. Reeleita, a segunda deputada mais votada de São Paulo recebeu 946.244 votos e politicamente é ligada ao presidente Jair Bolsonaro (PL).

JUSTIÇA ELEITORAL

O grupo Prerrogativas, que reúne juristas ligados ao PT, vai pedir a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada de Jair Bolsonaro, por portar arma a menos de 24 horas das eleições.

Uma resolução da Justiça Eleitoral proíbe "o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores no dia das Eleições, nas 24 horas que o antecedem e nas 24 horas que o sucedem".

Segundo Wilton Martins, o dono do bar Flor de Lima, onde Zambelli entrou armada perseguindo o homem que supostamente a xingou, ela só guardou a arma após um homem que a acompanhava pedir. Alguns dos clientes também fizeram o apelo. A parlamentar atendeu aos apelos após obrigar o apoiador de Lula a se deitar e dizer a ele que precisava ter respeito.

O local onde o incidente ocorreu fica a cerca de 1,5 km do MASP, onde horas antes houve a concentração para a caminhada de Lula. Zambelli vestia uma camisa em que se podia ler "mulheres com Bolsonaro e Tarcísio".

"Ela envergonha o mandato parlamentar que a população de São Paulo lhe conferiu. Tem que responder por crime eleitoral, já que proíbe o transporte de armas 24 horas antes da eleição e 24 horas depois. Também deverá responder por quebra de decoro parlamentar na Comissão de Ética da Câmara", diz o coordenador do Prerrogativas, Marco Aurélio Carvalho.