POLÍTICA

SENADOR MARCOS DO VAL renuncia e diz que BOLSONARO pressionou para GOLPE DE ESTADO

Político anunciou decisão após discussão com integrantes do MBL

Vitória Floro
Vitória Floro
Publicado em 02/02/2023 às 8:55 | Atualizado em 02/02/2023 às 10:22
Noticia
Senador Marcos do Val (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)
Senador Marcos do Val (Foto: Roque de Sá/Agência Senado) FOTO: Senador Marcos do Val (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) anunciou, na madrugada desta quinta-feira (2), a sua saída da política, depois se envolver em discussões com políticos e grupos de direita durante a disputa entre Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e Rogério Marinho (PL-RN) pela presidência do Senado.

Conhecido por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Do Val declarou voto em Marinho e, momentos depois, cumprimentou e abraçou Pacheco e seu aliado Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) pela vitória do senador mineiro.

A atitude do senador levantou questionamento de parlamentares bolsonaristas como o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ) e de integrantes do Movimento Brasil Livre (MBL).

Uma montagem assinada pelo MBL chegou a apontá-lo como “traidor”, que teria declarado voto em Marinho e votado em Pacheco, mesmo a eleição para a presidência do Senado sendo secreta.

Saída da política 

Em resposta as provocações, o político classificou a montagem como "fake" e publicou o vídeo abraçando Pacheco, afirmando que o presidente do Senado "é um amigo que tenho há quatro anos e, com a educação que aprendi com o meus pais, fui dar os parabéns pela vitória e aproveitei para perguntar se amanhã será pautado o meu pedido da CPI do Terrorismo. Nada mais do que isso!”, compartilhou.

Ainda pelo Instagram, ele respondeu comentários de alguns usuários que estavam o atacando. Em uma das respostas, Do Val disse que estava "contando os dois para largar esse mandato" e que os eleitores "não merecem o esforço".

Ainda no mesmo dia, em uma live do Instagram, o senador discutiu com o  ex-deputado estadual paulista Arthur do Val (Mamão Falei) e Renan Santos, ambos do MBL.

Duas horas depois da confusão, Do Val realizou outra publicação anunciando a saída da política. 

“Após quatro anos de dedicação exclusiva como senador pelo Espírito Santo, chegando a sofrer um princípio de infarto, venho através desta comunicar a todos os capixabas a minha saída definitivamente da política (…) Nos próximos dias, darei entrada no pedido de afastamento do Senado e voltarei para a minha carreira nos EUA”, escreveu.

Na postagem, ele destacou os problemas de convivência com a família e os filhos.

“Não adianta ser transparente, honesto e lutar por um Brasil melhor, sem os ataques e as ofensas que seguem da mesma forma. Nada existe de grandioso sem paixão. Essa paixão não estou tendo mais em mim. As ofensas que tenho vivenciado, estão sendo muito pesado para a minha família”, disse.

“Desculpem, mas meu tempo, a minha saúde até a minha paciência já não estão mais em mim! Por mais que doa, o adeus é a melhor solução para acalmar o meu coração”, finalizou.

Eleito em 2018, o mandato de Do Val ainda se estenderia por mais quatro anos. A primeira suplente, eleita na chapa do senador, foi Rosana Foerste, na época filiada ao PPS - agora Cidadania. 

Coagido para golpe de Estado 

Na mesma live feita no Instagram de Do Val, o senador também afirmou que havia sofrido coação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a elaboração de um possível golpe de Estado.

Na declaração, ele explica ter negado a proposta e denunciado o caso.

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Eu ficava p... quando me chamavam de bolsonarista. ‘Ah, o senador bolsonarista e tal’. Vocês esperem. Eu vou soltar uma bomba aqui para vocês: sexta-feira, vai sair na Veja, a tentativa do Bolsonaro, que me coagiu para que eu pudesse dar um golpe de Estado junto com ele. Só para vocês terem ideia. E é lógico que eu denunciei
Marcos Do Val

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