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CHUVAS NO RECIFE: Enchente como a de 1975 pode voltar a acontecer? Relembre a tragédia

Uma enchente como a de 1975 pode voltar a acontecer no Recife? Relembre a tragédia

Flávio Oliveira
Flávio Oliveira
Publicado em 29/05/2022 às 18:58 | Atualizado em 30/05/2022 às 14:50
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Sérgio Bernardo/JC Imagem
Enchente do Rio Capibaribe, em 1975, matou mais de 100 pessoas no Recife FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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Fortes chuvas atingiram a Região Metropolitana do Recife (RMR), Agreste e zonas da Mata Norte e Sul nos últimos dias. O cenário de alagamentos, falta de energia em vários bairros, veículos enguiçados por conta de ruas e avenidas cheias de água foi a tônica.

Neste domingo (29), o Governo do Estado atualizou o número de vítimas fatais das chuvas. Já são mais de 91 mortes confirmadas, além de outras 26 pessoas desaparecidas.

Com isso, o medo de uma grande tragédia como a que ocorreu em 1975 volte a acontecer também surge. Naquele ano, mais precisamente na madrugada do dia 17 e o início da tarde do dia 18 de julho, Recife sofreu a maior catástrofe natural de sua história, causada pelo transbordamento do Rio Capibaribe.

ENCHENTE DE 1975 NO RECIFE

Em 1975, a enchente provocada pelo transbordamento do Rio Capibaribe causou a morte de 104 pessoas e deixou cerca de 350 mil desalojados, cobrindo 80% do território do Recife.

De acordo com laudos do Instituto de Medicina Legal (IML), a cheia matou as centenas de vítimas de várias formas.

 

À época, foram identificados 32 afogamentos, 13 casos de morte súbita – a maioria por ataque cardíaco –, 28 mortes naturais (muitas por doenças gastro-intestinais, causadas pelo consumo de água contaminada) e até mesmo quatro suicídios, possivelmente motivados pelo pânico de ver a cidade sob as águas.

Foram 31 bairros e 370 ruas recifenses arrasados pela força da natureza. Os bairros que ficam na bacia do curso-d’água – Caxangá, Iputinga, Cordeiro, Casa Forte, Afogados, Madalena entre outros – foram os mais atingidos. 

“Não foram apenas as mortes e a destruição física da cidade: aquela cheia provocou perdas afetivas muito grandes. Histórias inteiras de vida em objetos, fotos, cartas e diários desapareceram”, disse o jornalista e escritor Homero Fonseca, autor do livro "Tapacurá, viagem ao planeta dos boatos", a mais conhecida obra a fazer referência ao período da enchente, em entrevista de 2015 ao JC.

CHUVAS NO RECIFE 2022

Passados quase 47 anos dessa tragédia, o cenário nos dias de chuva no Recife e na sua Região Metropolitana, não é de todo diferente.

A cidade, que em sua maioria foi construída após aterramento de manguezais, ainda carece de um investimento significativo para tais tragédias naturais, como uma melhor rede de drenagem pluvial, além de saneamento básico adequado.

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DOCUMENTÁRIO

Gravado por Fernando de Oliveira, compositor de frevo e filho de Waldemar de Oliveira, um minidocumentário registra os efeitos da cheia de 1975 em Recife.

 

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