As decisões da COP24

Os ambientalistas do Greenpeace fazem uma demonstração ao lado de uma gigantesca instalação em forma de globo erguida em frente ao marco do Portão de Brandenburgo (Gregor Fischer / dpa / AFP) / Germany OUT Foto: Os ambientalistas do Greenpeace fazem uma demonstração ao lado de uma gigantesca instalação em forma de globo erguida em frente ao marco do Portão de Brandenburgo (Gregor Fischer / dpa / AFP) / Germany OUT

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As decisões da COP24

Agence France-Presse
Publicado em 17/12/2018 às 13:10
Os ambientalistas do Greenpeace fazem uma demonstração ao lado de uma gigantesca instalação em forma de globo erguida em frente ao marco do Portão de Brandenburgo (Gregor Fischer / dpa / AFP) / Germany OUT Foto: Os ambientalistas do Greenpeace fazem uma demonstração ao lado de uma gigantesca instalação em forma de globo erguida em frente ao marco do Portão de Brandenburgo (Gregor Fischer / dpa / AFP) / Germany OUT


Três anos após o Acordo de Paris, a comunidade internacional detalhou as regras para a sua aplicação e fixou algumas diretrizes a serem seguidas nos próximos anos para lutar contra as mudanças climáticas.

Seguem abaixo as principais conclusões dos quase 200 países reunidos na COP24, em Katowice, Polônia:

- Ambição -

A COP24 estava destinada a mostrar seu compromisso de revisar para cima em 2020 suas promessas de redução dos gases do efeito estufa, depois que o Grupo Intergovernamental de Especialistas sobre as Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU alertou, em outubro, para a urgência de se agir de forma drástica ante o aumento da temperatura global.

Mas os países não puderam concordar em "receber favoravelmente" este relatório, devido à oposição de um grupo de nações liderado por Estados Unidos e Arábia Saudita, que descartaram reconhecer sua principal conclusão referente ao fato de o mundo não poder permitir um aumento de 1,5°C.

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Por fim, limitaram-se a "convidar as partes a fazer uso das informações contidas no relatório". Tampouco avançaram em seu debate para aumentar suas metas de redução de emissões fixadas de forma voluntária em 2015, contentando-se em citar "esforços para elevar as ambições em 2020".

- Acompanhamento dos compromissos -

Mais de 160 países já apresentaram seus objetivos de redução das emissões, e os demais deverão fazê-lo até 2020. A cada cinco anos, os mesmos serão atualizados.

A COP24 fixou as regras sobre como verificar que estas metas sejam cumpridas a partir de 2024, seguindo as diretrizes do IPCC nesta matéria. A cada dois anos, os países apresentarão um relatório detalhando suas ações climáticas, que será avaliado por especialistas, mas sem a possibilidade de se aplicar sanções.

A cada cinco anos, a partir de 2023, os países farão um balanço mundial de seus esforços coletivos para alcançar o objetivo de limitar a temperatura global.

Em todos estes casos, haverá flexibilidade em relação aos países menos avançados e aos Estados insulares, em função de suas capacidades.

- Financiamento -

O Acordo de Paris prevê que os países desenvolvidos ajudem financeiramente os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e se adaptar aos impactos das mudanças climáticas. A COP24 insistiu na necessidade de que este financiamento seja "previsível", e convidou os países ricos a elaborarem um relatório sobre o mesmo a cada dois anos, a partir de 2020.

Os países mais pobres esperaram, em vão, gestos fortes envolvendo as promessas das nações ricas de uma ajuda de 100 bilhões de dólares anuais a partir de 2020. Houve, no entanto, alguns anúncios, como 1,5 bilhão de dólares da Alemanha e 500 milhões de dólares da Noruega.

- Perdas e danos  -

O Acordo de Paris reconhece "a necessidade de se evitar perdas e danos" ligados aos impactos atuais das mudanças climáticas, um ponto que preocupa os Estados Unidos, que temem que isto abra caminho para processos judiciais visando a obter indenizações.

Finalmente, esta menção ficou isolada no acordo, mas sem que esteja sujeita a nenhum tipo de financiamento, como queriam os países vulneráveis.

- Transição justa -

Em plena revolta popular dos "coletes amarelos" na França, muitos participantes da COP24 haviam defendido assinalar que a trasição ecológica deve ser acompanhada de medidas sociais para o conjunto dos cidadãos.

Mas a conferência limitou-se a tomar nota da declaração apresentada pela Polônia, que reconhece a necessidade de se levar em conta esta "transição justa" para com os trabalhadores afetados pelo abandono crescente das energias fósseis.

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