[Crítica] - O Destino de Uma Nação

O Destino de uma Nação (Bruno Delbonnel/Working Title Films) Foto: O Destino de uma Nação (Bruno Delbonnel/Working Title Films)

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[Crítica] - O Destino de Uma Nação

Letícia Saturnino
Publicado em 11/01/2018 às 17:11
O Destino de uma Nação (Bruno Delbonnel/Working Title Films) Foto: O Destino de uma Nação (Bruno Delbonnel/Working Title Films)


A tarefa do britânico Gary Oldman não era fácil. Em primeiro lugar, tinha que interpretar - sob uma quantidade enorme de maquiagem - uma das figuras históricas mais icônicas de todos os tempos: o primeiro-ministro inglês Winston Churchill. Segundo, seria o terceiro ator a interpretar Churchill no mesmo ano, depois de John Lithgow, na série The Crown, e Brian Cox, na cinebiografia Churchill, dirigida por Jonathan Teplitzky.

Mas estamos falando aqui de Gary Oldman, um dos atores mais versáteis da indústria - que já foi de Sid Vicious à Beethoven, passando por Drácula e comissário Gordon. Um gigante, que finalmente tem em O Destino de Uma Nação uma chance de conquistar seu inédito e merecido Oscar, na premiação de 2018 (foi nomeado em 2011, por O Espião Que Sabia Demais). Ele já levou o Globo de Ouro.

A interpretação de Goldman não é o único mérito do filme de Joe Wright. O diretor de Orgulho & Preconceito (2005), Desejo e Reparação (2007) e Anna Karenina (2011) fez neste longa um dos seus trabalhos mais técnicos, que combinado com o trabalho do diretor de fotografia Bruno Delbonnel - de O Fabuloso Destino de Amélie Poulain (2001) e Across the Universe (2007) - trouxe aos cinemas a gravidade do período que marcou o apogeu do avanço nazista pela Europa na Segunda Guerra Mundial.

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O Destino de Uma Nação se passa num período de 27 dias de 1940: entre 9 de maio, véspera da renúncia de Neville Chamberlain como primeiro-ministro (e consequente nomeação de Churchill) e 4 de junho, a conclusão da Operação Dínamo (de retirada das tropas britânicas das praias de Dunquerque, na Fraça) e do famoso discurso "Lutaremos nas praias". O longa serve, inclusive, até como complemento para Dunkirk, de Christopher Nolan, já que tratam do mesmo evento - de pontos de vistas diferentes.

Lembrando, para os fanáticos por História, que O Destino de Uma Nação é um filme, não um documentário. Wright tomou diversas liberdades artísticas para contar sua versão de Churchill, principalmente no seu relacionamento com sua secretária Elizabeth Layton (que não era secretária do primeiro-ministro em 1940, só assumiu o cargo no ano seguinte), bem como na influência do Visconde de Halifax nos eventos, que acabou se tornando uma espécie de "vilão" do longa.

Mas temos falar mais de Gary Oldman. Além do Oscar de melhor ator, esse filme tem que levar também o de Melhor Maquiagem. O ator britânico está semi-irreconhecível por baixo dos enchimentos que o deixaram uma cópia do primeiro-ministro. De Oldman, Wright só conservou dois elementos: os olhos e a boca - não por serem parecidos com os do interpretado, mas para não diminuir o impacto do trabalho de Oldman. A confiança do trabalho da equipe de maquiagem é tal que não faltam closes no rosto de Oldman/Churchill. E você não vai perceber nada, garanto.

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