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Faça login ou cadastre-seUma crise? Ou a correção temporária de uma moeda virtual errática? O bitcoin despencava nesta sexta-feira, quase tão abruptamente como subiu nas últimas semanas, sem que os especialistas financeiros realmente saibam como explicar o fenômeno.
A mais famosa das criptomoedas se situava nesta sexta-feira às 18h15 GMT (16h15 de Brasília) por volta de 12.840 dólares, segundo dados compilados pela agência Bloomberg, enquanto na segunda-feira se aproximava de US$ 20.000.
O bitcoin, que não parou de crescer depois de começar 2017 em torno de US$ 1.000, perdeu cerca de um quarto do seu valor em uma semana. Ou o equivalente ao dobro da capitalização de mercado do grupo L'Oréal, por exemplo. A correção é particularmente brutal, mesmo para uma moeda virtual acostumada a fortes variações, e escapando das estruturas monetárias tradicionais.
Ao contrário do dólar ou do euro, o bitcoin não é emitido por bancos centrais, mas é "extraído", ou criado, de forma descentralizada, por computadores que usam algoritmos complexos para produzir uma cadeia de blocos de transações codificadas e autenticadas (a chamada "tecnologia blockchain"). Para Neil Wilson, da ETX Capital, com sede em Londres, "é difícil saber se o alerta já soou".
[Entrevista] – Tudo sobre Bitcoins
Bitcoin é uma moeda ‘uberizada’, mas que tem seus riscos
A bolsa de transações de bitcoin Coinbase foi obrigada a anunciar nesta sexta-feira, por volta das 16h30 GMT (14h30 de Brasília) que, "devido ao forte volume de hoje [sexta-feira], a venda e a compra podem estar indisponíveis on-line", embora tenha prometido restaurar as operações o quanto antes".
Essas últimas semanas trouxeram quase tantas boas notícias como ruins para o bitcoin. Certamente ganhou alguma legitimidade com o lançamento nos Estados Unidos de instrumentos especulativos baseados em bitcoin por operadores reconhecidos.
Além disso, de acordo com a Bloomberg, o gigante bancário Goldman Sachs estaria considerando entrar no "trading" de bitcoins, o que seria, de acordo com os critérios do mundo das finanças, uma espécie de consagração. Mas o bitcoin, acusado de ser utilizado para todo tipo de tráfico ilegal, continua a ser altamente criticado.
Na quarta-feira, sua estrela começou a perder o brilho depois de informações de um ataque hacker a uma plataforma de negociação de criptografia na Coreia do Sul, Youbit. E na quinta-feira, Haruhiko Kuroda, governador do Banco do Japão, um importante mercado de bitcoin, considerou o aumento espetacular da moeda como "anormal".
A isto se somam os recorrentes boatos sobre a criação de outras criptomoedas concorrentes e das rivalidades entre "mineiros". Para os especialistas, nada disso é suficiente para explicar sua queda repentina. "Parece que é hora de os investidores aproveitarem seus lucros e gastá-los no Natal", disse Neil Wilson.
Não é realmente possível comprar seus presentes ou peru em bitcoins, cujo uso comercial é muito marginal. Para gastar seus bitcoins, você deve trocá-los por outra moeda, o que reduz seu preço.
Belarus seguiu, no entanto, o exemplo do Japão nesta sexta-feira, ao reconhecer o bitcoin e as demais criptomoedas como forma de pagamento legal. As operações com estas moedas virtuais serão isentas de impostos até 2023, segundo um decreto assinado pelo presidente Alexandre Lukashenko.
Alexandre Baradez, analista do IG France, não vê explicação particular para a queda e lembra que o percurso do bitcoin sempre foi errático. Sua volatilidade "é 20 vezes superior à volatilidade euro/dólar", ressalta. Também lembra que a criptomoeda continua sendo um mercado muito pequeno em comparação com outras grandes divisas e que, portanto, só falta que alguns poucos proprietários de peso vendam para que a cotação venha abaixo.
Segundo Stephen Innes, da OANDA, os investidores do bitcoin enfrentam "um retorno ao chão". "Uma demanda desenfreada" associada a uma disponibilidade limitada "levou investidores inexperientes a apostarem com tudo", diz.
Rebecca O'Keeffe, de Interactive Investor, espera ver se o bitcoin volte a subir ou se se desinfla definitivamente em benefício "de outras moedas virtuais menos caras". A "volta à terra" mencionada poderia ter seus limites, no entanto.
Para além do bitcoin, o entusiasmo pelas criptomoedas e pela tecnologia informática que lhe serve de base, o "blockchain", continua sendo muito forte, para não dizer irracional. A título de exemplo, o simples fato de o vendedor de chás gelados Long Island Tea Corp decidir mudar seu nome para Long Blockchain Corp. serviu para que seus papéis disparassem quase 200% na quinta-feira em Wall Street.