[Review] - Mirror's Edge Catalyst

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 25/07/2016 às 13:26
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Quando o primeiro Mirror’s Edge foi lançado, lá em 2008, chamou a atenção de todos pela jogabilidade inovadora e pelo visual marcante (que trabalhava em favor da jogabilidade, inclusive). Um jogo novo, protagonizado por uma personagem interessante, que valorizava os movimentos de parkour em detrimento ao combate direto - correr pelas ruas da cidade distópica de Glass era o mais divertido de tudo.

Com isso em mente, o pessoal da Dice e da EA pensou: “que tal um Mirror’s Edge num cenário de mundo aberto?”. Aí chegou Mirror’s Edge Catalyst, para Playstation 4, Xbox One e PC, que é meio-reboot, meio-continuação, com borda recheada de gráficos da nova geração, mas que faltou uma pitada de inspiração. Bem longe de ser um jogo ruim (muito pelo contrário, está acima da média comparado a outros games do gênero), Catalyst peca por não manter o nível de inovação do seu antecessor.

Mais uma vez o jogador encarna Faith Connors, uma “runner” que perdeu sua família anos anotes nas revoltas que culminaram na formação da sociedade autoritária de Glass, a maior cidade de Cascadia. À margem da sociedade controlada por megacorporações, ela permanece fora da “grid” - uma rede social na qual todos os cidadãos estão conectados e são controlados - ao mesmo tempo que luta ao lado dos rebeldes liderados por Noah e ainda deve acertar contas com seu passado, na pessoa do contrabandista Dogen.

O game começa com Faith saindo da prisão e encontrando com Icarus, um jovem runner que trabalha com Noah e vai nos ensinar os princípios do jogo.  Esse é um aspecto positivo de Catalyst, uma vez que a jogabilidade de Mirror’s Edge não só se mantém fluida como foi melhorada na continuação. Pular, escalar, correr e deslizar pelas vielas, becos, paredes, telhados e corredores de Glass ainda é uma experiência empolgante, que é complementada pelo combate corpo-a-corpo, que utiliza os mesmos movimentos, fazendo com que você fuja e lute no mesmo ritmo, quase que sem parar.

A parte chata é a construção dos personagens, que não existe. Todo mundo é muito superficial e sem carisma, parecendo o elenco de Matrix. Todos são sérios, irritados, emburrados e marrentos. Todo mundo é boladão em Glass. A história principal pode ser terminada em 8 ou 10 horas, sem contar com as sidequests, sem muito espaço para um replay. O melhor motivo para voltar à cidade é coletar todos os colecionáveis enquanto você passeia livremente pelo belo cenário.

Mais uma vez: Catalyst não é um jogo ruim. Mas para os fãs do primeiro Mirror’s Edge pode parecer uma decepção. O visual e o ritmo do game são muito bons, mas a história é previsível e os personagens não são cativantes. Apesar disso, praticar o seu parkour pela cidade futurista sem restrições é o maior atrativo do game - mas se você não conhece o jogo original de 2008, recomendo uma visita ao seu PC, PS3 ou Xbox 360.

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