A árvore Imburana no combate à dengue. (Reprodução/fotonatural.photoshelter.com)
Pesquisadores do Núcleo de Bioprospecção e Conservação da Caatinga, rede articulada pelo Instituto Nacional do Semiárido (Insa/MCTI), estão desenvolvendo um biopesticida para combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, da chikungunya e do vírus zika. O biopesticida é desenvolvido a partir de compostos de plantas da caatinga, como a umburana ou umburana de cambão. Os resultados das pesquisas se mostraram promissores.
Segundo o pesquisador Alexandre Gomes, óleos essenciais de Commiphora leptophloeos, nome científico da umburana, ajudaram a combater o mosquito. O próximo passo é isolar os compostos presentes no óleo e testá-los separadamente. "A proposta é desenvolver um biopesticida com compostos de plantas da Caatinga que possa contribuir para amenizar um problema tão urgente hoje na sociedade brasileira", afirmou o pesquisador.
Ele ressalta que o uso indiscriminado pode favorecer a resistência dos mosquitos aos inseticidas. Os estudos também concluíram que a ação de óleos essenciais de Eugenia brejoensis, conhecida com cutia, uma espécie da família Myrtaceae (família da pitanga e goiaba), foi considerada moderada, sendo capaz de exterminar até 50% das larvas dos mosquitos nos testes, com uma dose de 214,7 ppm (parte por milhão).
Brasil viveu surtos de dengue em 2015 (Foto: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
As plantas foram coletadas no Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco, mas também podem ser encontradas em Sergipe e no Espirito Santo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que três bilhões de pessoas estejam vivendo em áreas com risco de infecção das doenças causadas pelo Aedes aegypti em todo o mundo. Todos os anos, cerca de 50 milhões de casos de dengue são registrados no mundo, sendo que 500 mil são considerados graves, e 21 mil resultam em morte. [Via Insa]