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Geladeira do futuro prepara até cafés gourmet. Veja a evolução do aparelho ao longo do século

Letícia Saturnino
Letícia Saturnino
Publicado em 16/01/2015 às 15:18

Foto: Divulgação. Foto: Divulgação.

E pensar que em um espaço de pouco mais de cinquenta anos a humanidade passou da estocagem no gelo e no sal para uma geladeira que faz cafés gourmet e agenda processos através de tela touchscreen. A General Electric, uma das principais empresas fabricantes de eletroeletrônicos, anunciou esse mês a sua geladeira do futuro.

A Cafe Series French Door Refrigerator prepara cafés na porta através de um máquina Keurig integrada que recebe diferentes tipos de grãos. Ele também armazena água e prepara outras bebidas como chá e refrigerante. E tudo através de uma tela de LCD touchscreen localizada em uma das portas. Mas não é só na gourmetização que a geladeira se garante. Ela também possui sensores que preenchem os potes no nível correto para garantir uma rápida refrigeração.

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Muito já foi pensado para melhorar a vida das pessoas na cozinha, mas a geladeira nova da GE se destaca por, enfim, chegar ao mercado. Ela ainda precisa avançar mais para se vender como legítima representante da internet das coisas, mas suas funções vão bem além do que se espera de uma refrigerador. O aparelho estará disponível nos EUA por 3.300 dólares.

Foto: Reprodução/ifishi.net. O modelo Monitor-Top da GE, 1927. (Foto: Reprodução/ifishi.net).

Anos de perrengue

As primeiras formas de estocar alimento perecível se deu com engenhocas que usavam gelo e neve. Em lugares quentes como o Brasil, a saída foi desenvolver técnicas de conservação usando sal grosso. O primeiro aparelho refrigerador foi feito por William Cullen, um cientista da Universidade de Glasgow, em 1748.

Ele demonstrou o método de retirar calor dos objetos e com isso gerar refrigeração. No entanto, sua descoberta não teve nenhuma utilidade prática. Apenas em 1805, o invento Oliver Evans inventou o que seria o precursor da geladeira moderna. Mas foi Jacob Perkins quem fez o design do primeiro refrigerador, em 1834, que usava um cilindro de compressão a vapor.

Até 1913, todos os modelos tinham uso prioritariamente industrial. O modelo mais famoso nesses primeiros anos foi a Dolmere, precursora das geladeiras domésticas, que teve o nome substituído depois para Kelvinator. Anos mais tarde fez sucesso a "Monitor-Top", da General Electric, em 1927.

Até 1929, as geladeiras usavam gases tóxicos como a amônia para refrigerar. Depois de alguns acidentes fatais nos anos 20, um grupo de cientistas conseguiu sintetizar o gás conhecido como "freon" (o composto clorofluorcarbono, ou CFC). Foi o passo necessário para a popularização do invento, segundo dados do Inventours.com. Anos depois, descobrimos que esses gases causavam danos à camada de ozônio. Mas isto já é outra história.

O primeiro modelo comercial do Brasil, da Consul, foi lançado em 1960. (Reprodução/pronews.com.br). O primeiro modelo comercial do Brasil, da Consul, foi lançado em 1960. (Reprodução/pronews.com.br).

No Brasil

A primeira geladeira introduzida no Brasil foi em 1947 em uma fábrica de Brusque, em Santa Catarina. Até 1950 uma pequena oficina da cidade dos donos Guilherme Holderegger e Rudolf Stutzer montavam máquinas movidas a querosene. Só em 1950, com a chegada do sócio Wittich Freitag, também de SC, que é criada a Consul, primeira fábrica de refrigeradores do Brasil. [Via Inventors, Gizmodo, GE, ohgizmo]