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Aceleradora de negócios sociais, Artemísia embarca no Porto Digital

Estadão Conteúdo
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Publicado em 21/08/2013 às 16:42

Foto: Mariana Dantas / NE10 A diretora da Artemísia no Nordeste, Mariana Amazonas: é possível lucrar e ser sustentável (Foto: Mariana Dantas / NE10)

Contrariando os que acham impossível ganhar dinheiro e, ao mesmo tempo, colaborar com a redução da desigualdade social no País, o número de empresas que optam pelo negócio social, conhecido também como setor 2.5, vem crescendo no Brasil. Considerado um intermediário entre a iniciativa privada (2.0) e as ONGs (3.0), o setor 2.5 é formado por empresas que vendem um produto ou serviço que contribui para melhorar a qualidade de vida da população de baixa renda. Ou seja, os clientes estão nas classes C,D e E.

E apesar de abrigar 59% da população em extrema pobreza (que representam clientes em potencial), o Nordeste é a região com menor número de empresas atuando no setor 2.5. Para incentivar o negócio social na região, a aceleradora Artemísia embarcou no Porto Digital do Recife há cerca de um mês.

“Queremos gerar impacto social de forma sustentável, mas que também resulte em lucro para as empresas”, explica a diretora a Artemísia Nordeste, Mariana Amazonas.

artemisia

Criada em 2004 com em São Paulo, a Artemísia é considerada uma das maiores aceleradoras de negócios de alto impacto do País. Duas vezes por ano, a organização realiza rodadas para selecionar dez startups para serem aceleradas. A última rodada foi fechada no mês passado e recebeu cerca de 500 inscrições de todo o Brasil.

Das 60 empresas já impulsionadas desde 2004, 70% conquistaram financiamento nos primeiros meses de aceleração e hoje atuam com sucesso no mercado. Porém, menos de 5% dessas empresas são do Nordeste.

As empresas aceleradas pela Artemísia atuam nas áreas de educação, saúde, habitação, microcrédito e tecnologias assistidas. Um case de sucesso é a Vivenda, de São Paulo, que constrói e reforma banheiros em comunidades carentes oferecendo financiamento sem juros, em 12 parcelas fixas de R$ 200. “O valor é acessível para a população que utiliza banheiros improvisados e insalubres. A iniciativa causou um impacto social impressionante”, explica Mariana Amazonas.

Mas é no ambiente virtual que muitos empresários acham espaço para crescer. O portal Ligado no Enem é um dos exemplos. O site lucra com anúncios e oferece cursos preparatórios gratuitos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A plataforma já beneficiou mais de 320 mil alunos por meio de cursos online.

Outro negócio social acelerado pela Artemísia é o buscador Saútil, uma espécie de “Google do SUS”, que organiza os serviços públicos de saúde disponíveis por CEP. Acessando o buscador, o usuário de qualquer município do País poderá consultar onde estão localizadas as farmácias do SUS, pontos de vacinação e unidades de saúde.

Como participar

Os empreendedores interessados em participar das seleções da Artemísia devem preencher um formulário de inscrição no www.artemisia.org.br. Após avaliação, os pré-selecionados serão chamados para entrevistas e análise do negócio.