
Composto extraído da cúrcuma, mais conhecida como o açafrão-da-índia, está sendo testado com sucesso por pesquisadores no combate às larvas do Aedes Aegypti (Foto: Divulgação)
E se tivéssemos algum ingrediente utilizado na preparação de receitas que fosse capaz de afastar o mosquito da dengue? Apesar do estudos na área serem muito recentes, um composto extraído da cúrcuma, mais conhecida como o açafrão-da-índia, está sendo testado com sucesso por pesquisadores no combate às larvas do Aedes Aegypti.
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Conduzida pelo Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (cepof), na cidade de São Carlos, em São Paulo, sob coordenação do professor Vanderlei Bagnato, da Universidade de São Paulo (USP), a pesquisa vem dando resultados. "A curcumina, uma das substâncias que conferem a cor alaranjada ao açafrão, possui propriedades fotodinâmicas naturais. Na presença da luz, ela induz a produção de espécies reativas de oxigênio, que são altamente tóxicas", explicou o professor à Agência Fapesp de Notícias.
Por serem transparentes, as larvas do mosquito são sensíveis ao efeito fotodinâmico. O corante do açafrão se acumula no intestino do inseto após ser ingerido com a água do criadouro e quando a substância é ativada pela luz, termina induzindo a produção de moléculas de oxigênio singlete, que danificam de forma fatal o tecido do trato digestivo.
Os pesquisadores estão comparando o efeito da terapia fotodinâmica com uso de luz solar, luz branca comum e luz de LED azul. No ensaio mais bem-sucedido, 100% das larvas presentes na amostra morreram depois de oito horas de exposição à luz solar, sendo que a taxa de mortalidade começou a subir após as duas primeiras horas. Foi usado no experimento o corante em uma concentração de 15 microgramas para cada mililitro de água.
"Antes de levar a pesquisa de campo para os criadouros naturais, precisamos ter total certeza de que as substâncias resultantes da fragmentação fotoquímica da curcumina são inofensivas a outros seres vivos, como algas, peixes, humanos e animais domésticos que eventualmente tenham contato com a água do criadouro", ressaltou a pesquisadora Natalia Inada, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC).
Com informações da Agência Fapesp de Notícias