
O clássico Baião de Dois faz sucesso no Nordeste do Brasil. Foto: Chef Wellington
Sempre que nos referimos à comida do brasileiro, fazemos referência ao tradicional arroz com feijão, né verdade? Saibam que essa é uma combinação encontrada em pouquíssimos lugares do mundo. Na Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, não se faz esta combinação!
» Aprenda a fazer o Baião de dois
Em São Paulo, um prato muito conhecido é o feijão tropeiro - feijão misturado com farinha de mandioca, torresmo, linguiça, ovos, alho, cebola e demais temperos - acompanhado de, acreditem!, arroz branco, bife, ovo frito e batata frita. Já no Rio de Janeiro, os mais pedidos são a Feijoada brasileira e o feijão preto com arroz branco, bife, ovo e batata frita. Em Minas Gerais, o queridinho é o tutu de feijão com feijão cozido, refogado e engrossado com farinha de mandioca ou de milho. É costume por lá refogá-lo com pedaços de bacon frito, cebola e alho, e depois misturá-lo com farinha de mandioca (preto) ou farinha de milho (mulatinho).
Já no Nordeste, o feijão com arroz tem outro nome: é o Baião de dois! É um prato típico desta região do Brasil, oriundo do estado do Ceará. Faz bastante sucesso em alguns estados do Norte do País, como Rondônia e Acre. Na Paraíba, é conhecido como ‘Rubacão’, por causa da mistura dos dos ingredientes com a nata para resultado mais cremoso.
O prato é feito com arroz e feijão - de preferência feijão verde ou novo. Em muitas receitas, o baião também leva charque (também conhecida como carne seca). Para fazê-lo, você deve cozinhar o arroz cru no feijão - com caldo e já cozido - e demais temperos, a exemplo da cebola, tomate, pimentão e especiarias (coentro e cebolinha). Queijo coalho e nata também costumam ser adicionados à receita no final, sabia?
ORIGEM - O termo “baião” faz referência ao ritmo baiano ou chorado, uma dança típica do Nordeste. A expressão ficou popular com a música “Baião de Dois”, uma parceria do compositor cearense Humberto Teixeira com o Rei do Baião Luís Gonzaga.
Por ser uma mistura de dois elementos muito apreciados da culinária brasileira - e muito acessíveis - é muito comum em áreas rurais do Nordeste. O prato é feito principalmente na parte da noite, para assim seja aproveitado o restante do feijão cozido no dia seguinte.